Cerca de vinte quilómetros da EN 206, entre Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena, servindo as aldeias de Carrazedo do Alvão, Lixa do Alvão, Santa Marta do Alvão e Portela de Santa Eulália, tem o piso a derreter, com o calor. O alcatrão aplicado no ano passado está totalmente aquoso e o patinar de algumas viaturas já provocou vários despistes e feridos. Para tentar remediar a situação, a Estradas de Portugal anda a espalhar areia e gravilha. Porém, o efeito tem sido ao contrário e a sinistralidade tem aumentado. Testemunhos não faltam, sobre os acidentes ocorridos.
“Ainda anteontem ajudei a tirar do carro uma senhora que, por causa da areia, fez um pião, numa curva, indo de encontro do poste. E não foi o primeiro acidente que aconteceu, desde que puseram a areia. Na Segunda-feira, por exemplo, estava um Mercedes pendurado no poste”, contou Luís Morais, dono de um restaurante, em Santa Marta.
Há condutores com as viaturas pintadas de alcatrão.
“Isto até está a prejudicar o negócio, porque quem sabe que a estrada está assim já nem passa por aqui, vai pela Auto-Estrada” – concluiu.
O Presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, Domingos Dias, considera a situação “gravíssima, dado o perigo que apresenta, para os condutores. É incompreensível que uma via que dá acesso à A7 e à A24, esteja a derreter, aos poucos!” – salientou.
As Câmaras Municipais de Ribeira de Pena e de Vila Pouca de Aguiar já aprovaram moções de protesto, contra o estado da EN 206, solicitando uma intervenção urgente, da E P.
Ao que apurámos, esta, por sua vez, tem alegado não ter verbas para fazer uma intervenção mais profunda, na estrada.
O piso (cola/areia), aplicado em 2007, resultou de uma experiência similar da Holanda, mas que, neste troço da EN 206, se tem revelado um autêntico fracasso.
Jmcardoso