A pesca está proibida desde segunda-feira e a decisão, como disse à Lusa, foi tomada depois de no domingo começarem “a aparecer peixes mortos e a água bastante suja” no troço que se estende por seis quilómetros até à ponte açude, já na cidade de Mirandela.
O problema, segundo acreditam as autoridades, resulta ainda das descargas a montante, na zona do Eixes, ocorridas a 22 de setembro e na sequência das quais a Proteção Civil Municipal de Mirandela já retirou do rio Tua “1.200 quilos de peixes mortos”.
No domingo, a poluição alastrou-se e o Clube decidiu, por sugestão do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) suspender a atividade da pesca por tempo indeterminado.
O presidente do Clube disse à Lusa que ainda que as condições sejam repostas e a poluição desapareça, esta instituição irá analisar se retoma ou não a pesca, até porque “há que pensar também na recuperação das espécies” afetadas pela mortandade dos últimos dias.
A prática da pesca está proibida até nova decisão, seja a desportiva ou a chamada pesca sem morte, em que os peixes são devolvidos ao rio.
As descargas poluentes no rio Tua são um problema recorrente e atribuídas a uma fábrica que labora na zona e que tem sido motivo de contestação também pelos fumos e nevoeiros que alegadamente estão na origem de frequentes acidentes em cadeia na estrada que liga Mirandela a Valpaços.
Os responsáveis pela fábrica rejeitaram responsabilidades no último incidente de 22 de setembro, que está a ser investigado pela GNR e pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Os serviços municipais de Proteção Civil de Mirandela foram alertados, a 22 de setembro, para a existência de peixes mortos junto ao açude da localidade Eixes e imediatamente deslocaram-se ao local.
No mesmo dia, reuniram-se com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), GNR, serviços ambientais e Parque Natural Regional do Vale do Tua para articularem as medidas a tomar para resolver a situação.
A primeira medida foi de contenção dos peixes na zona afetada que foram posteriormente retirados do rio com recurso a redes.
Paralelamente um camião de recolha de saneamento foi também usado para retirar a nata da possível descarga que ficou à superfície, numa operação conjunta dos serviços municipais de Proteção Civil de Mirandela e Valpaços.