Anteve a atividade de apoio aos associados na viticultura e criou a empresa, onde possui 51% do capital, para gerir e abrir os 49% do capital aos sócios, que quiseram investir num negócio diferente, que passa pelo desenvolvimento e gestão de marcas e a comercialização do vinho engarrafado ou embalado. “O objetivo foi dar uma gestão mais profissional à empresa, virada para o mercado, sem estar presa às caraterísticas da gestão de uma cooperativa”, referiu Paulo Osório, responsável da empresa.
O negócio “estava a correr bem”, no entanto, a Covid-19 e a guerra trouxeram grandes desafios. “O consumo diminuiu, sobretudo no canal Horeca e isso afetou o setor, que viu aumentar as vendas nos supermercados, mas foram comercializados vinhos de gama mais baixa e isso trouxe menor rentabilidade”, explica, adiantando que um dos problemas da região “é ter vinho barato demais”, para aquilo que são os custos de produção e as dificuldades em fazer vinho no Douro, mas o mercado obriga-nos a ter vinhos competitivos, o que nos leva a navegar nessas águas muito turbulentas”.
Por uma questão de “sobrevivência”, o gestor revela que o objetivo deste segundo semestre “é aumentar as margens”, apesar de reconhecer que “é difícil numa altura em que os custos de produção e das matérias-primas aumentaram brutalmente, mais de 30%”. Por isso, “temos de apostar nas nossas marcas, que têm de ser fortes. Somos uma empresa diferente, nunca descuramos a qualidade”.
Com o mercado cada vez mais competitivo, Paulo Osório sublinha que se tem “de apostar na produção, porque é importante transmitir aos consumidores que os vinhos do Douro valem mais, porque são melhores”.