503 agentes de Protecção Civil participaram no PROCIV II; o exercício organizado, a nível nacional e que, em Vila Real, foi responsável pela identificação das situações de risco existentes. Durante três dias, incêndios, uma ameaça de bomba, uma derrocada e um acidente com um veículo pesado (simulacros) deram que fazer a bombeiros, forças de segurança e agentes da Protecção Civil.
A inexistência das faixas de gestão de combustível necessárias para garantir a segurança contra incêndios junto das redes viárias, edificações e linhas de transporte de energia de alta tensão são as principais problemáticas apontadas durante um levantamento de situações de risco que foi realizado, em todo o distrito, no âmbito do “PROCIV II” que decorreu, a nível nacional, nos dias 18, 19 e 20, numa organização da Autoridade Nacional de Protecção de Protecção Civil (ANPC).
O exercício nacional “PROCIV II” mobilizou, em Vila Real, mais de meia centena de elementos da Protecção Civil, num conjunto de actividades que, durante três dias, teve como principal objectivo “treinar a estrutura operacional da ANPC e a sua articulação, em ambiente operacional, com os vários agentes de Protecção Civil”, como Bombeiros, Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana, Forças Armadas, Instituto de Conservação da Natureza, Direcção Geral de Recursos Florestais, Corpo Nacional de Escutas e associações de radioamadores.
Uma das principais iniciativas do exercício, no distrito vila-realense, passou pela realização de uma acção de sensibilização que levou os vários agentes envolvidos ao levantamento das situações de risco.
“A grande maioria das situações registadas passa pela inexistência das faixas laterais de gestão de combustível”, explicou Carlos Silva, Comandante Operacional Distrital, referindo que, dentro dessa problemática, a mais preocupante é a situação das redes viárias (faixa de gestão de 10 metros), as edificações junto a espaços florestais (faixa de gestão de 50 metros), o perímetro circundante de aldeias (faixa de gestão de 100 metros) e, finalmente, o espaço de segurança junto às linhas de transporte de energia.
“Depois do levantamento, as situações mais preocupantes serão discutidas e os agentes de Protecção Civil responsáveis serão chamados a intervir, para que a maior parte das problemáticas seja resolvida, o mais rapidamente possível”, explicou o Comandante Carlos Silva.
No âmbito do exercício, foi montado um conjunto de cenários fictícios, nos concelhos da Régua (fuga de gás numa escola, seguida de ameaça de bomba e incêndio na cantina), Chaves (derrocada de um edifício, com vítimas soterradas) e Montalegre (incêndio florestal, com proporções que obrigaram à activação do Plano de Emergência Municipal e a evacuação de uma localidade).
Na capital de distrito, mais exactamente na Estrada Nacional número 15, foi testada a resposta dos agentes, durante um acidente com um veículo pesado que transportava material desconhecido. Álvaro Ribeiro, Comandante da Cruz Branca, corporação que acorreu ao acidente, com 34 elementos e sete viaturas, explicou-nos que os homens envolvidos responderam muito bem à situação.
“Em muito pouco tempo, conseguimos reunir mais de três dezenas de homens, através do sistema de SMS”, explicou o Comandante, confirmando que nenhum dos Bombeiros tinha conhecimento de que se tratava de um simulacro.
Relativamente às falhas verificadas, Álvaro Ribeiro lamentou o facto da corporação ter um número insuficiente de fatos de protecção química.
“Este tipo de equipamento de protecção pessoal custa centenas de contos” – referiu o Comandante, confirmando que a corporação da Cruz Branca só tem dois fatos, quando devia ter, pelo menos, cinco.
Carlos Silva recordou, também, as principais conclusões do PROCIV I, exercício realizado no início do ano, onde foi testada a capacidade de resposta dos principais agentes de Protecção Civil, os Bombeiros.
“As duas principais dificuldades foram a organização no terreno, no início das operações; e as comunicações, no que diz respeito à utilização dos meios”, referiu o mesmo responsável, explicando que, para a resolução de ambas as problemáticas, houve uma reestruturação, ao nível dos cursos de formação, de forma a dar especial destaque a essas duas problemáticas.
Maria Meireles