Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Produtores pedem apoio imediato à produção regional de leite

Doze medidas indispensáveis para a sobrevivência das explorações leiteiras da região foram apresentadas ao Governo. Os produtores, apesar de viverem um “clima de desânimo e medo sobre o futuro do sector”, garantem que vão lutar pelas propostas. Classificando como “insustentável” a actual situação da produção de leite na região, a Federação das Associações Agro-Florestais Transmontanas (Fagrorural), conjuntamente com outras associações, entregou à Direção Regional da Agricultura e Pescas do Norte um documento onde reclamam um conjunto de medidas que permitam aos produtores fazer face à grave crise vivida no sector.

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“A simples conjugação da baixa do preço do leite pago à lavoura, a subida constante dos custos de produção e das ameaças de retirada de empresas de recolha de leite, acompanhada de importações desnecessárias de outros países a preços imbatíveis, tornam insustentável a sobrevivência das escassas centenas de explorações pecuárias transmontanas que ainda têm resistido a este vendaval de falências”, garantem no documento entregue no dia 20.

Segundo a Fragorural “nas últimas décadas, (não obstante as óptimas condições para o exercício desta produção), registou-se uma redução drástica de cerca de 80 mil explorações leiteiras para pouco mais de 10 mil, que, na região, se traduziu para menos de mil. Ao mesmo tempo que se regista um clima de desânimo e medo sobre o futuro deste sector”.

Relativamente às medidas assumidas pelo Governo, os produtores acreditam que pecaram por tardias (algumas delas não implementadas), como a linha de crédito de 175 milhões de euros, e as chamadas medidas de combate à crise, em função das entregas da campanha de 2008/09 e o designado apoio específico aos produtores de leite de vaca, “estão longe em responder à gravidade da situação e não estancam o desaparecimento deste importante tecido empresarial do sector leiteiro”.

Os produtores defendem também que “com a ameaça da liquidação das quotas leiteiras em 2015, será o fim desta produção não apenas como vem acontecendo em zonas e explorações ditas marginais, como é considerada a nossa, mas também nas ditas bacias leiteiras, que jamais poderão concorrer com as áreas leiteiras do Norte da Europa ou, pior ainda, no quadro da liberalização dos mercados mundiais, com explorações de milhares de vacas dos EUA, Nova Zelândia ou Austrália.

Assim, os produtores de leite transmontanos apresentaram um conjunto de propostas que vão desde “compensações financeiras directas à produção, de modo a garantir um preço indicativo do leite não inferior 40 cêntimos por litro, até à não abdicação por parte do Governo e no âmbito da Reforma PAC 2011/2020 do sistema de quotas de produção nacional, nem que para tal tenha que evocar os interesses vitais do pais”.

A suspensão transitória das contribuições para a Segurança Social, a implementação no PRODER de uma medida agro-ambiental para a ajuda à recolha e concentração de leite em zonas de montanha e desfavorecidas, e a criação de linhas de créditos, são outras entre as várias medidas apresentadas pelos produtores.

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