O médico veterinário e coordenador desta organização de produtores, João Paulo Costa, disse ao Canal Alto Tâmega que estão a ser realizadas recolhas de amostras para a validação laboratorial dessas mesmas suspeitas, em animais que apresentaram sinais clínicos compatíveis com a doença.
O médico veterinário referiu ainda que os produtores estão “apreensivos e preocupados”, uma vez que “é um vírus altamente contagioso”. “É transmitido através de um mosquito e não há tratamento específico porque é uma doença vetorial”, explica.
Segundo o mesmo, esta é uma doença “que funciona, em todos os aspetos, de forma idêntica ao Covid, digamos assim, mas com sintomas completamente diferentes”.
“Há animais que são portadores da doença, mas não desenvolvem sintomas, outros recuperam muito rápido, outros têm sintomas graves ou ligeiros, uns recuperam mais rápido, outros demoram mais tempo, mas a mortalidade é baixa”.
João Paulo Costa realça que a possibilidade de contágio “é bastante elevada embora, frequentemente, a letalidade seja reduzida”, confirmando que ainda não houve nenhuma morte até ao momento. “Só comecei a ver casos destes na semana passada e para já, não morreu nenhum”, afirmou.
O também veterinário municipal disse que “a doença já foi confirmada em Chaves, em Valpaços e Vila Pouca de Aguiar e a sintomatologia é idêntica”.
Por se tratar de uma enfermidade vírica, “a doença é controlada apenas com medicação de suporte”, referiu ainda o médico veterinário no comunicado emitido pela Câmara Municipal.
Os sintomas podem ocorrer de dois a 10 dias após o contágio e são caracterizados por “febre, perda de apetite, lesões na boca e nariz, dificuldade de engolir, manqueira, vermelhidão e feridas no úbere, complicações com pneumonia”, sendo que a recuperação pode demorar cerca de duas semanas, salienta.
Como principal medida de prevenção indica a utilização de produtos contra as moscas e mosquitos, de aplicação direta nos animais e nos estábulos, e poderá ser usada a lixivia, para além da maioria dos outros desinfetantes.
Segundo a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, poderá estar disponível, brevemente, uma vacina.
A Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE) é uma doença de etiologia viral que afeta os ruminantes, em especial os bovinos e os cervídeos selvagens, com transmissão vetorial (por mosquito), que está incluída na lista de doenças de declaração obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A DHE não se transmite aos seres humanos.