A Direção-Geral de Educação e da Ciência Viva-Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica tem um novo projeto de criação de Clubes de Ciência Viva Na Escola, com um financiamento disponível de dois milhões de euros. A iniciativa, cuja missão é fazer chegar a ciência às escolas, pretende “criar espaços de ciência abertos a toda a comunidade para promover o acesso a práticas científicas inovadoras” e contribuir “para a literacia científica e tecnológica dos alunos e da comunidade educativa, assim como estimular a aprendizagem e o entusiasmo pela ciência”.
Rosália Vargas, presidente da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica – Ciência Viva e diretora do Pavilhão do Conhecimento – Centro Ciência Viva, explicou que os clubes de ciência nas escolas já existem há muito tempo, mas agora estes poderão funcionar em rede, estando já inscritos 237 clubes a nível nacional no novo projeto. “Há vantagem de trabalhar em rede, porque tudo se faz melhor quando se estabelecem parcerias e quando há objetivos comuns que alimentam esta grande rede que queremos criar nas escolas”.
Na prática, os clubes de ciência nas escolas funcionam com os professores que gerem os clubes, com autonomia para dinamizar e escolher as áreas, no entanto, como referiu a responsável, serão “chapéus agregadores de muitos projetos que as escolas têm”. “Nós não definimos nos clubes áreas específicas. São muitas as que podem existir e os clubes vão receber, de uma forma inclusiva, dinâmica, esses inúmeros projetos que as escolas têm. A rede vai permitir uma sistematização que vai contribuir para a melhoria dos processos e dos resultados”, acrescentou, avançando que em Bragança todos os agrupamentos de escolas estão com clubes de ciência.
Presente nas jornadas de Bragança, que aconteceram na passada semana, Rosália Vargas adiantou que o encontro foi um primeiro passo para abrir o caminho das parcerias e da rede. Para integrar o projeto agregador, existem três condições essenciais, como esclareceu a responsável: “Ter parcerias com instituições científicas, ter um espaço físico dedicado ao clube, proporcionando organização e sentimento de pertença das pessoas, e dotar o coordenador do clube de horas, no mínimo três horas por semana”.
Lembrando os 20 anos de existência dos Centros de Ciência Viva em Portugal, uma rede de 20 em todo o país, Rosália Vargas referiu que “estes clubes nasceram também de parcerias” e “foi o querer fazer em conjunto que levou a que se constituíssem com as autarquias e os institutos de investigação. É o tomar conta e dinamizar e apoiar em conjunto iniciativas de várias áreas científicas, projetos de ligação à sociedade”.
Como projetos futuros, a presidente avançou a criação de um novo Centro de Ciência Viva associado ao museu do Côa e quintas de dinamização das regiões do interior ou de baixa densidade populacional, cujo projeto já está em fase de negociação para apoios financeiros. “Focadas no produto e, a partir daí, desenvolvem-se de uma maneira exponencial, com inovação, com desenvolvimento, com economia, atraindo jovens e olhando para o saber já existente e as tradições nas regiões. Por exemplo, a quinta do vinho, a da montanha, do sal, biológica, urbana…entre outras, que olham sempre para os produtos e que poderão ser uma realidade nesta região”, concluiu.