Vinte e oito animais foram barbaramente mortos, em Real Covo, com pancadas de martelo, na cabeça. O acto criminoso ocorreu a cerca de cem metros da habitação do dono do rebanho. A GNR está a investigar este caso.
Um ajuste de contas terá estado na origem da autêntica carnificina de um rebanho, ocorrido na aldeia de Real Covo, freguesia de Bouçoães, concelho de Valpaços. Alguém, pela calada da noite de Sábado para Domingo, terá matado, a martelada, vinte e oito ovelhas que pernoitavam no curral de Carlos Alberto, de 52 anos, pastor “há mais de vinte anos”.
Foi pelas 7.30 horas que este, “ao abrir a porta do estábulo”, reparou na “desgraça” que lhe tinha acontecido.
“Eu mal vi, fugi para casa e o meu marido desmaiou, ao ver o que tinham feito ao nosso gado” – contou Maria de Fátima, esposa do pastor. Este, ainda com os olhos esbugalhados pelas lágrimas, referiu que “as pancadas, com o martelo, foram todas dadas na cabeça dos animais” , para acrescentar: “Quem fez isto ainda teve tempo de as colocar umas em cima de outras, fazendo um molho” – acrescentou.
Segundo apurámos, os cães de guarda do curral que “ainda ladraram um pouco”, ficaram, depois, mudos e quedos, devido a um gás, utilizado em “spray” e que os adormeceu. Processo que terá sido utilizado, igualmente, em relação às ovelhas, no acto bárbaro ocorrido, atendendo a que, na vizinhança, “ninguém ouviu os balidos do rebanho”.
Maria de Fátima e o seu marido têm suspeitos por este acto.
“Há três anos, um contrabandista de gado agrediu- -me, em casa, e foi parar ao Tribunal de Valpaços. No fim da sentença, disse, nas escadas, que se havia de vingar. Queria que eu andasse no contrabando, mas, como eu não quis, bateu na minha mulher!” – reforçou Carlos Alberto.
“Há, também, um pastor, na aldeia, que julga que o meu filho lhe roubou dois cordeiros, o que não foi verdade, e, se calhar, quis vingar-se. Agora, como vai ser a minha vida? Vivemos só disto e tenho três filhos” – lamentou-se.
O curral deste pastor tem sido local de romaria de muitas pessoas.
“Ontem, estavam mais pessoas aqui do que num mortório da aldeia” – contou um amigo do pastor.
A GNR de Valpaços e o NIC de Chaves estão a investigar este caso.
Jmcardoso