Os deputados socialistas eleitos pelos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda apresentam, hoje, na Assembleia da República, um projecto de resolução que recomenda, ao Governo, medidas dirigidas ao desenvolvimento económico da região, entre os quais a criação de incentivos para um movimento de deslocalização empresarial do sector do vinho, para o Douro.
Assinalar os 250 anos da Região Demarcada do Douro foi o mote para a elaboração de um projecto de resolução que o Partido Socialista (PS) irá apresentar, hoje, na Assembleia da República. Um documento apresentado, publicamente, no dia 29, e que foi subscrito por vários deputados socialistas, eleitos pelos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda.
“Identificamos um conjunto de problemas da região e estruturamos um conjunto de soluções”, explicou Jorge Almeida, um dos responsáveis pela elaboração do documento que, segundo o mesmo, “não traz a palavra mágica” para a resolução dos dificuldades do Douro, mas “sugere, ao Governo, ideias que poderão trazer, para a região, o que ela, efectivamente, precisa”.
O deputado confirmou que a novidade do documento é a proposta que sugere que se “estude a possibilidade de criar medidas de discriminação positiva, para as empresas, incluindo incentivos para um movimento de deslocalização empresarial, para a região, do sector do vinho”.
“Com novas acessibilidades, uma via fluvial navegável e as novas tecnologias não faz sentido que as empresas estejam em Vila Nova de Gaia. Queremos que todo o processo, inclusive, engarrafamento e expedição, seja feito no Douro”, frisou Jorge Almeida, salientando, ainda, o aspecto da “pressão geográfica e urbanística” que é inferior nos concelhos da região duriense.
Segundo o mesmo socialista, “a localização das empresas, fora da região, leva a que apenas um terço dos 400 milhões de euros de movimentação anual no sector do Vinho do Porto fique no Douro”.
Outra das propostas que os deputados irão apresentar, hoje, sugere que o Governo “inclua, no contexto do Quadro de Referência Estratégica Nacional, do Plano Tecnológico, do PRIME e futuros Orçamentos de Estado, medidas de âmbito sectorial e regional, devidamente articuladas, capazes de mobilizar iniciativas empresariais, públicas e privadas, parcerias com Centros de Investigação, Pólos de Ensino Superior, Centros de Formação e Municípios, que contribuam para a competitividade do território, através da valorização dos recursos e produtos”.
“É preciso apurar o nosso património genético”, explicou Jorge Almeida, lembrando que as novas tecnologias e ciências como a Biotecnologia estão a ser utilizadas, em vários países, a nível mundial, para enriquecimento de produtos endógenos.
O documento, que apresenta, ainda, outras medidas, para salvação da região duriense, foi subscrito por 17 deputados socialistas e, também, por um deputado do Partido Social Democrata, eleito pelo círculo de Bragança.
Maria Meireles