Domingo, 8 de Dezembro de 2024
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Relíquias de Santa Margarida Maria

1 – Desde a manhã do dia oito deste mês de Junho até à manhã do dia dez, vamos ter entre nós, na Sé, as relíquias de Santa Margarida Maria Alacoque. Foram trazidas a Portugal para a celebração do cinquentenário de Cristo Rei, em Almada na diocese de Setúbal, onde estiveram no dia dezassete de Maio. Aproveitando a sua presença entre nós, as outras dioceses de Portugal solicitaram uma visita breve a todas elas. A Vila Real tocou a data referida.

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Santa Margarida Maria Alacoque é uma religiosa francesa do séc.XVII. Nascida em 22 de Agosto de 1647 e órfã de pai aos onze anos. Pouco depois foi admitida como interna no colégio das Clarissas Urbanianas. Por motivos de saúde, deixou o internato e foi viver com a mãe e com os familiares paternos num ambiente que muito sofrimento causou a ambas. Por essa razão, a mãe chegou a pressioná-la para se casar. Margarida sente que não é essa a sua vocação. Em 1670, em conversa com um padre franciscano, confessa o seu desejo de entrar num convento, o que veio a acontecer no dia 20 de Junho de 1671, no convento da Visitação de Paray-le-Monial.

Desde Dezembro de 1673 até Junho de 1675 teve revelações místicas de Jesus invocado como «Divino Coração de Jesus», em ordem ao estabelecimento da devoção ao Coração de Jesus. A partir de então, a teologia do Coração de Jesus ou do «Amor de Cristo ao mundo» desenvolveu-se imenso na Igreja, incluindo documentos solenes dos Papas.

2 – O século XVII foi uma época atormentada pelo jansenismo, uma heresia que, a pretexto do respeito e temor de Deus, espalhava o terror religioso nos fiéis, insistindo na majestade e santidade de Deus e na miséria humana e afastando assim os fiéis do núcleo central da fé: a Misericórdia de Deus e a Eucaristia.

As revelações de Jesus àquela religiosa manifestaram o amor eterno e misericordioso de Deus ao mundo, simbolizados no «Coração de Jesus». Pediu-lhe que divulgasse essa devoção, que se instituísse a devoção das nove primeiras sextas-feiras do mês, dia evocativo da Paixão, se colocasse nas casas de família a estampa do seu Sagrado Coração e se prestasse culto, e que o Papa fizesse a consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus.

Como é normal, a Igreja levou tempo em aceitar a verdade de tais aparições que acabariam por ser reconhecidas como autênticas e satisfeitos os seus pedidos. Daí resultou um rejuvenescimento da verdadeira piedade cristã. Datam desse tempo as imagens do Sagrado Coração de Jesus nas nossas igrejas, a organização do Apostolado da Oração, o Lausperene e a ladainha do Coração de Jesus.

As relíquias vêm da diocese de Bragança-Miranda na manhã da segunda-feira, dia oito, e serão recebidas na Sé às 11 horas pelo Bispo da Diocese, havendo Terço às 16, Missa às 18.30 e Celebração comunitária às 21. Na terça-feira o programa é sensivelmente igual a fim de permitir aos fiéis a escolha do acto mais conveniente. A despedida das relíquias será feita às oito horas do dia dez, partindo para Aveiro.

A vida desta religiosa está histórica e teologicamente ligada ao Coração de Jesus, e a sua presença dá-se ainda clima do Ano Paulino, podendo ser mais um estímulo para a meditação de Paulo, o apóstolo por excelência do amor de Cristo. Recomenda-se a todos os fiéis a visita à Sé e a oração pessoal, com relevo para os «Associados do Coração de Jesus» e do «Apostolado da Oração», existente em todas as paróquias. Aproveite-se a oportunidade para estimular a vida desta Associação, pedir o aumento das vocações religiosas e educar os fiéis na piedade cristã centrada em Jesus Cristo, fonte de toda a santidade.

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