Tiago Monteiro, que este ano vai defender as cores da equipa KCMG com um Honda Civic, está de volta ao campeonato ano e meio após um grave acidente sofrido precisamente em Barcelona, numa sessão de testes, em setembro de 2017.
"Não esperava. Senti um calor muito grande dentro do peito. É por este sentimento de família que quis regressar à competição. Havia algumas pessoas que não acreditavam que seria possível, mas muitos destes que aqui estavam nunca duvidaram", declarou à agência Lusa o piloto portuense, ovacionado de pé no momento em que subiu ao palco. Tiago Monteiro disse acreditar poder "lutar pelo título" em 2019, apesar de saber que "será difícil", pois "a concorrência é grande".
O WTCR, que arranca no dia 7 de abril em Marrocos, terá este ano uma nova corrida, no circuito de Sepang, na Malásia, nos dias 14 e 15 de dezembro, que servirá de encerramento.
"O título deixa de ser discutido na lotaria que é o circuito de Macau", explicou o diretor da competição, François Ribeiro.
Pela primeira vez haverá também uma corrida noturna, precisamente no traçado malaio, uma vez que o fim de semana será repartido com uma prova do Campeonato do Mundo de resistência em motas. "Será um desafio muito grande, mas era preciso arriscar e trazer novidades", apontou Ribeiro, que conduziu a cerimónia no Centro de Memória de Barcelona.
Outra alteração prende-se com o sistema de pontuação, que foi alargado a mais cinco pilotos. Se até 2018 apenas pontuavam os 10 primeiros de cada corrida, agora pontuam os 15 melhores. Haverá ainda cinco pontos suplementares a distribuir pelas duas sessões de qualificação, a de sábado e a de domingo. A pontuação foi, também, uniformizada em todas as provas, deixando de haver circuitos que valiam mais do que outros.
Além de Tiago Monteiro, regressam ainda o francês Yvan Muller, antigo campeão, bem como o britânico Andy Priaulx ou o brasileiro Augusto Farfus (ex-campeão mundial de GT). O sueco Johan Kristoffersson, bicampeão mundial de ralicrosse, também se juntou à grelha do WTCR, que reúne sete campeões mundiais da Federação Internacional do Automóvel (FIA).
Pela primeira vez, haverá ainda um construtor chinês, o Lynk & Co, com quatro carros.
Ao todo, serão 26 os pilotos titulares com 15 marcas diferentes, aos quais se juntarão até um máximo de seis 'wild cards' (convidados).
Portugal acolhe a sexta jornada, de 05 a 07 de julho, em Vila Real, tendo a possibilidade de juntar a Tiago Monteiro mais dois pilotos locais.
Bruno Correia continua a ser o 'dono' do 'safety car' (carro de segurança) na maioria das provas, à exceção de duas, em que será substituído por outro português, Pedro Couceiro.
Aos 57 anos, Gabriele Tarquini é o mais velho campeão em título e este ano procura "renovar o objetivo".
Os pilotos iniciam esta quinta-feira uma jornada de dois dias de testes no circuito de Barcelona, a última antes do início da competição.