Estamos a pouco mais de uma hora dos aeroportos do Porto, Vigo e Santiago de Compostela e do porto de Leixões. Para além disto, as capitais ibéricas, Lisboa e Madrid, ficam sensivelmente à mesma distância, com acessos diretos em autoestrada.
Somos uma região dotada de infraestruturas, no entanto, também o poder central tem o dever e a obrigação de implementar políticas estruturais de apoio a uma região de interior do país como esta. Políticas que incluam uma discriminação positiva e a igualdade no acesso à educação, à saúde e à justiça.
Infelizmente, o que nos é dado a conhecer pelo Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030, não nos garante que haja uma mudança de paradigma do poder central. Este documento nasceu torto e apressado, a reboque do Portugal 2020, que se arrasta penosamente com uma taxa de concretização ridícula de cerca de 30%, pior que a do QREN, em período homólogo à data do plano (janeiro de 2019).
O Alto Tâmega é a única comunidade intermunicipal sem qualquer ligação ferroviária e/ou aérea ao resto do país, mas tais circunstâncias não foram relevantes para a tutela programar investimentos nos acessos rodoviários a Valpaços, Montalegre ou Boticas, e promover um tratamento diferenciado em termos de taxação.
Num país onde o termo coesão territorial deixou de estar no papel e passou a ter forma de ministério, tenho a esperança de que os efeitos deste PNI sejam minimizados por esse mesmo ministério.
Se queremos igualdade, não podemos simplesmente obrigar regiões esquecidas nos últimos 50 anos a competir com as mesmas armas de outras regiões desenvolvidas às custas dos impostos da gente do interior.
Será a forma do Alto Tâmega parar de perder população e de se tornar mais forte e coeso a nível empresarial. Esta será a forma de o poder central perceber que num país com 300 quilómetros de largura, não pode existir litoral e interior.