O novo sistema, o MELIS, foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
“Determinámos um índice que é capaz de integrar informação sobre numerosos produtos com impacto ambiental: os contaminantes emergentes. O MELIS integra vários métodos e deteta quais os efeitos de metais pesados, produtos industriais, medicamentos, pesticidas”, afirmou ontem, o coordenador do projeto Rui Cortes.
Todos os anos, cerca de 100 a 200 novos compostos orgânicos são processados e lançados na água. Alguns aumentam ao longo da cadeia alimentar (bioamplificação) e, a médio/longo prazo, podem provocar diversas doenças no homem, desde vários tipos de cancro, redução da fertilidade, aumento da obesidade e de problemas congénitos, até doenças neurodegenerativas cuja frequência tem vindo a aumentar.
“Não há tratamentos de água para estes contaminantes. Há cada vez mais substâncias urbanas sintéticas desconhecidas que, mal entram no meio aquático, se transformam. O mesmo produto pode assumir dezenas de formas diferentes”, explica o investigador.
O índice MELIS vai ser apresentado no Congresso Ibero-americano de Contaminação e Toxicologia Ambiental (CICTA 2015), um dos principais fóruns de discussão do setor no espaço ibero-americano, que vai decorrer na UTAD entre 14 e 17 de julho.