Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2024
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UTAD garante que saneamento básico estará concluído até Setembro

Na passada semana, a UTAD esteve nos centros das atenções pelos piores motivos, a suspeita de um caso de saúde pública devido a ausência do tratamento dos seus esgotos. A universidade garante que tal não poderia estar mais longe da verdade e que, dentro de cinco meses, a ligação do seu saneamento à rede pública estará concluída, não estando posta de parte a construção de uma min-ETAR e o aproveitamento dos resíduos das vacarias e das pocilgas para produção de biogás.

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A Universidade de Trás-os–Montes e Alto Douro (UTAD) adiantou, ao Nosso Jornal, que até Setembro estará concluída a ligação da rede interna de esgotos aos emissários da rede pública, garantindo ainda que todos os seus resíduos têm tido tratamento adequado.

A questão foi levantada por um órgão de Comunicação Social nacional que informou, na semana passada, que a UTAD não estaria a fazer “o tratamento de esgotos, nomeadamente dos resíduos provenientes das centenas de animais ali alojados, como cavalos, ovelhas e cães”.

Carlos Sequeira, vice-reitor da universidade, contestou a notícia, referindo que a rede de saneamento dos resíduos da UTAD equiparados aos domésticos ficará definitivamente ligadoa à rede pública até Setembro e que, ao longo dos últimos anos oito anos, foram gastos cerca de um milhão de euros nas infra-estruturas necessárias, tendo-se procedido ainda à separação das águas pluviais. Até lá, os resíduos domésticos, bem como parte dos resultantes dos animais, são direccionados para lagoas de oxigenação, uma solução viável numa situação transitória.

“Estamos a acertar as taxas” a pagar à Empresa Municipal de Águas e Resíduos (EMAR), referiu o mesmo responsável, sublinhando que a universidade já investe milhares de euros por ano para a recolha dos resíduos hospitalares e químicos, um procedimento que é feito pela Ambimed, empresa acreditada para esse serviço.

Carlos Sequeira referiu que as lagoas, cada uma com uma capacidade de cerca de 900 metros cúbicos, estão devidamente licenciadas e “foram esvaziadas no ano passado”, o que significa que poderão funcionar durante mais dez anos. No entanto, perante uma legislação cada vez mais exigente, não está posta de parte a ideia de construção de uma mini Estação de Tratamento de Aguas Residuais (ETAR).

Em relação às vacarias, os resíduos são enviados para fossas sépticas e, mediante autorização prévia do Ministério da Agricultura, é feita a sua dispersão e incorporação, como matéria orgânica, nos solos.

“As actividades agrícolas deixam sempre alguma pegada ecológica”, defendeu Carlos Sequeira, lembrando que as valências da UTAD, como por exemplo as vacarias, são alvos de vistorias e se não cumprissem os requisitos legais não estariam a funcionar.

O vice-reitor referiu ainda que está a ser estudado por investigadores da universidade transmontana um projecto de aproveitamento dos detritos resultantes das vacarias e suiniculturas para produção de biogás.

Tanto quanto o Nosso Jornal conseguiu apurar, também não existem registos, nos últimos anos, de contra-ordenações aplicadas à academia transmontana pelo Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana.

O Nosso Jornal entrou também em contacto com o delegado de saúde de Vila Real, Guedes Marques, que confirmou que aguarda pela resposta, por parte da UTAD e da EMAR, a um ofício que enviou há cerca de dois meses, dando conta das suas preocupações com o facto dos esgotos ainda não estarem devidamente ligados à rede pública.

Ainda sem respostas por parte das duas entidades, o mesmo responsável explicou que exigiu uma “resolução urgente” e que, caso as devidas medidas não sejam tomadas, poderá recorrer a outras entidades como o Ministério do Ambiente ou o Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR).

“Da nossa parte está tudo preparado para receber todos os resíduos equivalentes aos esgotos humanos”, garantiu Miguel Esteves, presidente da EMAR, sobre os colectores que estão prontos há cerca de cinco anos e já recebem “os resíduos de uma parte da Universidade, nomeadamente as cantinas”.

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