Foi o Bispo Prelado do Opus Dei quem lhes conferiu o Sacramento da Ordem. Na homilia, que pronunciou em italiano, exortou os novos sacerdotes a amarem o Santo Padre e a rezarem muito por ele e estendeu o convite a toda a assembleia. Lembrou umas palavras do Fundador da Obra: que lhe “matassem” os sacerdotes acudindo todos à confissão frequente. Que não os deixássemos sair dos confessionários, esse local onde se oferecia a misericórdia divina. Esta cerimónia foi emocionante, acompanhada por um coro masculino que deleitava os ouvidos sem distrair; a cerimónia estava preparada ao pormenor e decorreu com dignidade e rigor litúrgico. O ordinário da Missa, em latim, era seguido por todas as nacionalidades em livrinhos previamente distribuídos que, além disso, continham os nomes dos ordinandos seguidos dos seus países de origem. Para a liturgia da palavra, lida em italiano, havia umas brochuras mais modestas nos diversos idiomas.
No dia seguinte, pudemos acompanhar o Papa enquanto rezava o Regina Caéli e, logo que se lhe ouviu mencionar a próxima visita a Portugal, o grupo português gritou bem alto e abriu um estandarte com a sua imagem. Queríamos começar, logo ali, a desejar-lhe as boas vindas.
Depois, já no nosso país, onde chegávamos à medida que a “nuvem do vulcão da Islândia” o permitia, o nosso compromisso de rezar pelo Sumo Pontífice ia-se firmando. O contacto de proximidade ia fortalecendo os nossos corações. Foi o Papa que mudou, como se ouviu dizer? Creio que fomos nós que mudámos, deixando-nos encantar pelo “doce Cristo na terra”, esta expressão de Santa Catarina que tão bem fica a Bento XVI.
Retivemos a sua atitude carinhosa ao beijar e abençoar crianças e uma frase de pai: propor sem impor. Foi aceitando a proposição de uma amiga que me impus escrever este artigo. O Papa Bento XVI merece bastante mais, mas aqui fica o meu profundo e comprometido agradecimento pela sua vinda à nossa terra.