Vidago não tem tido sossego, nos últimos dias. Um surto misterioso que tem levado as suas crianças para o Hospital de Chaves está a tirar o sono à sua população.
“Por mim, a escola deveria ser toda desinfectada e fechada, durante alguns dias” – desabafo do proprietário de um café de Vidago que exprime a preocupação reinante, na vila termal, perante a ocorrência provável de um surto epidemiológico, na Escola E.B 2,3 local.
O estado patente de alguma apreensão leva António Aires, um cliente deste mesmo café e habitante da vila, a questionar: “se já se sabe que pode ser um vírus, mais uma razão para que a escola fosse alvo de um tratamento especial”. Também o Comandante dos Bombeiros Voluntários de Vidago, Fernando Cadete, embora admitindo que “nestes últimos dias, não fiz, para Chaves, qualquer transporte de alunos contaminados”, teme o pior: “Ora, se há um vírus, como tudo indica, e sabendo–se que os alunos regressam a suas casas e mantêm contactos com os seus familiares, se isto alastrar, não sei como vai ser!”.
Pelo sim e pelo não, também a Delegação Regional de Saúde do Norte recomendou “o reforço da higiene das mãos e dos alimentos, quer na Escola quer nas famílias dos alunos”.
O Vice-Presidente do Conselho Executivo da Escola E.B 2,3 admitiu que “a situação estabilizou”, acrescentando que “não houve mais casos e parece estar tudo controlado”. Porém, segundo um funcionário da escola, verificou-se que “também uma funcionária que trabalha na secretaria teve de receber tratamento. Começou a sentir náuseas, dores de cabeça e má disposição generalizada” – acrescentou.
“O que é estranho é só os alunos do escalão etário dos 12 e 13 anos é que estão a ser atingidos” – salientou, acrescentando: “Com as pastilhas que lhes estão a ser ministradas, parece que a situação se estará a resolver”. Entretanto, a brigada da ASAE, de Mirandela, fez uma vistoria de segurança e higiene alimentar à Escola EB 2,3 de Vidago e, ao que soubemos, não detectou qualquer deficiência.
Em curso, está uma investigação epidemiológica, levada a cabo pela Delegação Regional de Saúde, para apurar as causas de uma suposta intoxicação e infecção alimentar que já afectou mais de uma centena de crianças, vários professores e funcionários da escola.
Jmcardoso