Fizeram-no ao longo de 150 metros e em menos de cinco minutos.
Aos 92 anos, António Mouta foi, provavelmente, a pessoa mais velha a participar na iniciativa e “ainda há força”, mas “não sei se fui quem puxou a pedra ou se foi ela que me puxou (risos)”.
“Já se faz isto há muito tempo e venho todos os anos. Vamos lá ver se para o ano volto a cá estar”, refere, acrescentando que “agora já vai custando um bocadinho, eles andam muito depressa”.
“É preciso fazer mais força do que se pensa. Para o ano estou cá outra vez”
Ana Perdigão
Participante
Também Ana Perdigão não é nova nestas andanças. Tem 34 anos e veio porque é uma iniciativa onde reina “o verdadeiro espírito de equipa, porque estamos todos a lutar pelo mesmo”.
E admite que “é preciso fazer mais força do que se pensa, principalmente num dia como o de hoje, de muito calor, mas fez-se bem. No próximo ano estou cá outra vez”.
O arrastão da pedra aconteceu em plena Estrada Nacional 2, inserido no programa das Festas da Vila e do Concelho de Vila Pouca de Aguiar, em honra do Divino Salvador. Lá no meio ia também Alberto Machado, presidente da autarquia aguiarense.
“Tivemos aqui um intervalo nesta tradição de dois anos, por causa da pandemia, mas este ano a comunidade superou, novamente, o desafio”, frisa, referindo que o momento tem vários simbolismos, como “a superação deste período pandémico, a superação de tantas dificuldades que existem no interior do país. Isto é um exemplo de que a união ajuda a superar desafios, porque nenhum de nós, por mais forte que fosse, conseguia mexer esta pedra”.
O autarca confessa que “gosta de participar” porque “sou um dos 13 mil aguiarenses” e como “os represento na câmara, acabo por representar aqui os nossos emigrantes que não podem estar presentes”.
SETOR DO GRANITO
“Este arrastão é o exemplo de que a união ajuda a superar desafios”
Alberto Machado
Presidente CM Vila Pouca de Aguiar
O concelho de Vila Pouca de Aguiar é uma terra de granito e o arrastão da pedra serve, também, para homenagear um setor muito importante para a economia local.
“A nossa tradição está muito ligada à exploração e transformação do granito. É, talvez, o setor mais importante para a nossa economia e que, felizmente, está em alta”, vinca Alberto Machado, lembrando que, antigamente, “para fazer obras, arrastavam-se as pedras de granito. Hoje fazemos isto de uma forma lúdica, que mostra a união deste povo”.
No final, e para recuperar forças, foi servida uma sopa a todos os participantes, no Mercado Municipal, que, como não podia deixar de ser, era de pedra.[/block]