Quais são as duas grandes prioridades que defendem para o distrito?
A perda de poder de compra e degradação das condições de vida, são problemas nacionais que se fazem sentir com maior intensidade na região. Assim, a prioridade é o aumento geral dos salários e um aumento extraordinário das reformas e pensões.
Para além disso, é preciso encontrar modelos de produção que se adaptem ao distrito. Dada a importância dos pequenos e médios produtores são urgentes medidas de apoio à agricultura familiar e aos micro, pequenos e médios empresários e produtores. Uma política de justiça fiscal, associada ao aumento do poder de compra, permitirá aliviar a carga fiscal das MPME e fortalecer a economia.
O setor da saúde atravessa uma fase conturbada. Na região, o que poderá ser feito para ultrapassar esses desafios?
Os resultados da ULS Nordeste confirmam que a sua criação não melhorou os cuidados, levou sim à concentração de serviços, desvalorizando os Cuidados de Saúde Primários. Um SNS de qualidade e proximidade só é possível com a valorização dos trabalhadores da saúde, reforço dos meios financeiros e técnicos e com uma melhor organização das unidades de saúde. Assim, entendemos ser necessário o reforço dos Cuidados de Saúde Primários e a valorização dos profissionais do SNS. Faz falta um incremento no investimento, dotando as unidades e estabelecimentos do SNS com maior autonomia e ainda a reposição de especialidades e valências nos três Hospitais da ULS Nordeste, única forma de garantir plenamente o direito à saúde das populações.
Quanto à ferrovia. Qual a melhor solução?
O desmantelamento do serviço ferroviário no distrito de Bragança prejudicou, de forma direta, o desenvolvimento desta região, pelo que entendemos que é urgente a sua reativação. A CDU tem um plano e uma visão de futuro para a ferrovia. Defendemos um verdadeiro Plano Ferroviário Nacional, que crie as condições para que, em 10 anos, o país esteja capaz de dedicar 0,5% do PIB ao investimento na ferrovia. Entendemos que se justifica, nesta fase, uma ligação nova que ligue o Porto a Bragança com paragens nos vários concelhos, com ligação a Espanha, assegurando o caráter público do seu serviço. Um investimento urgente indissociável de uma CP pública, que integre a REFER, as mercadorias e reforce o quadro técnico e operacional.
Relativamente aos impostos das barragens, qual a vossa posição?
Temos defendido que este é mais um exemplo das graves consequências que decorrem da privatização de setores estratégicos do país. Trata-se de um negócio que foi bom para alimentar os dividendos dos acionistas da EDP, mas que nada de bom trouxe para as populações desta região. Mais uma vez houve favorecimento dos grandes grupos económicos em detrimento das populações. Os impostos são devidos a esta região. Mas a CDU não fica por aí. Entendemos que só com a reversão desta alienação é que estará garantido o interesse público, a soberania energética, a segurança no aprovisionamento, a gestão de caudais e de reservas de água doce, a eficiência e os preços acessíveis ao consumidor final.
A perda de população continua a ser um grave problema do interior do país. Que medidas defendem para combater este flagelo?
Para combater o despovoamento é necessária uma política de desenvolvimento regional que combata as assimetrias e que valorize o mundo rural.
Tudo aquilo que aqui abordamos contribui para isso.
Impõe-se a valorização dos rendimentos, salários, pensões e reformas, valorizando as carreiras e combatendo a precariedade, mas também a reabertura de serviços públicos e alargar o investimento público, criando um poder regional decorrente da regionalização.