O voleibol já teve grande destaque na região e a sua história remonta à época desportiva de 1974/75. Na altura a secção foi fundada pela irmã Isabel, a treinadora, e Aida, a capitã. Todas as atletas jogavam pelo Colégio Moderno de São José, equipa que na altura esgotava o pavilhão e enchia os vila-realenses de orgulho.
A secção de voleibol do SCVR tem um longo historial de vitórias, quer a nível regional quer nacional, com algumas atletas a serem chamadas para representar a Seleção Nacional.
Com o passar dos anos apareceram novas modalidades na cidade e o voleibol começou a desaparecer, e há cerca de uma década acabou mesmo por se extinguir. Agora, a modalidade parece querer voltar à ribalta, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, já que nesta altura existe apenas a equipa sénior, com atletas muito inexperientes mas com vontade de aprender.
Os objetivos deste regresso passam por proporcionar a prática do voleibol no concelho de Vila Real; construir e solidificar a base de afirmação e forte crescimento da modalidade no clube e na cidade; promover um maior número de equipas de diferentes escalões, desde a formação aos seniores e até mesmo veteranos; contribuir para o desenvolvimento interpessoal e harmonioso das crianças e jovens e divulgar entre eles o voleibol; desenvolver atletas de competição; adotar o SCVR enquanto instituição de um maior número de modalidades desportivas; entre outros.
A equipa ainda é muito inexperiente mas daqui a um ano promete alcançar outros voos, uma vez que esta temporada ainda não alcançou qualquer vitória. “Estivemos a competir nos interregionais, a classificação não foi muito boa, uma vez que não ganhamos um único jogo. Agora já estamos na segunda volta, a equipa está mais forte, com pessoas novas, que têm alguma experiência. Vamos lutar para vencer jogos e tentar obter a melhor classificação possível”, refere Zita Amorim, a responsável por esta secção.
Neste momento, o SCVR tem 16 atletas (14 seniores e duas cadetes). Algumas jovens são de outras nacionalidades (Turquia, Roménia e Croácia) e, como estão em Eramus, aproveitaram para praticar uma modalidade que tão bem conhecem e já jogavam no seu país. Os campeonatos nacionais são uma ilusão e também não há capacidade financeira, nem desportiva para lá competir. As dificuldades são imensas, no entanto, a autarquia disponibiliza as bolas e conseguiram o apoio da Cimagon. “O senhor Tito Gomes foi o único que acreditou em nós, e por isso estamos agradecidas pela confiança”. Entretanto, “está a ser feito um protocolo com a UTAD no sentido de se conseguir arranjar pelo menos o transporte, uma vez que tem sido suportado pelos pais das atletas e também foi emprestada uma carrinha por Beto Cabral”, sublinha a diretora do voleibol do clube.
Apesar de estarem cientes das dificuldades que o país atravessa, sabem que não é fácil recomeçar com a modalidade, mas como são persistentes e gostam de desafios, esta vai ser “uma grande prova de fogo que vão ter de enfrentar e vencer”, custe o que custar.
Diana Gonçalves, capitã de equipa
Tem 23 anos e estuda à noite na UTAD para ser técnica de farmácia. Já joga há 6 anos. Desde pequena que joga voleibol, uma modalidade que gosta muito e que começou a praticar na Suíça, um país onde este desporto é rei, sobretudo nos primeiros anos de ensino das raparigas. Já jogou no colégio da Boavista e na escola de S. Pedro, depois de uns anos parada, surgiu a oportunidade de integrar este clube e não quis deixar escapar a oportunidade.
Flávia costa, a jogadora-estrela
Tem 20 anos e desde miúda que joga voleibol. Na escola que frequentava em Aveiro havia uma equipa que desde cedo integrava as alunas na modalidade. No entanto, também foi influenciada pelo irmão mais velho, que já jogava. Estava a jogar no Frei Gil Clube, de Aveiro, mas a mudança para a UTAD alterou-lhe os planos e teve de abdicar de jogar voleibol, uma vez que sempre colocou o atletismo em primeiro lugar. Agora, decidiu aceitar o convite para integrar este grupo, pois também já tinha “saudades”.
Luís Miguel Almeida Santos, treinador “estagiário”
Tem 23 anos e é o ‘treinador-estagiário’, através da UTAD, onde frequenta o curso de Ciências do Desporto, na especialidade de voleibol. Veio para ajudar a equipa, mas ainda não se sente treinador. A experiência está a correr muito bem, mas há muita coisa para melhorar. “É uma equipa muito jovem, tem um nível básico mas está a evoluir. Daqui a um ano, estou convicto que o SCVR Voleibol será muito mais forte e poderá competir de forma mais séria”.
Zita Amorim, dirigente da secção
O voleibol é uma paixão antiga, por isso decidiu avançar com a reativação da modalidade no SCVR. Apesar de não ser fácil conciliar a vida profissional, pessoal com a de dirigente desportivo, Zita não desiste uma vez que está a fazer tudo isto com muito gosto. Classifica este grupo como sendo “muito unido”. “Há sempre muitas dificuldades para ultrapassar mas estamos a começar, só precisamos que venham as vitórias”.