Sábado, 12 de Julho de 2025
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“Acho que já faço parte do mobiliário da casa”

Gualter Rodrigues, de 69 anos, trabalha no Grupo Desportivo de Chaves desde 1987 como enfermeiro.

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“São bastantes anos”. Começou nas camadas jovens e há 30 anos que acompanha os atletas da equipa de futebol profissional na recuperação e preparação física, sendo atualmente o funcionário mais antigo do clube.

Enquanto um dos elementos do departamento médico, que conta com um médico e três fisioterapeutas, é “uma das peças na engrenagem” na preparação física dos atletas, tendo como missão fazer tratamentos e trabalho de recuperação, assim como prevenir e tratar lesões.

“Eu assisto permanentemente aos treinos e aos jogos, fora e em casa. E também participo no tratamento e na recuperação dos atletas”, explica.

Desde que se reformou do Hospital de Chaves, há 11 anos, que passou a dedicar mais tempo aos jogadores. Uma rotina que gosta de manter. “No meu dia a dia, estou 8 horas aqui. Faço os tratamentos aos jogadores, preparo as bebidas isotónicas. Depois faço a ligação com o treinador e transmito aquilo que se passa com o atleta, se está em condições ou não”, diz.

Segue-se o treino, para perceber se há lesões e se é necessária alguma intervenção. “Às vezes precisam, e com situações muito desagradáveis, que já têm acontecido”, confessa.

Findo o treino, “é aturar as queixas dos nossos atletas e prepará-los para a competição”.
Além da parte física, conta que “se algum jogador precisa de um ombro amigo”, mostra-se disponível. “Penso que sou um bom conselheiro. Já não é a primeira vez que dou conselhos e penso que são bons”.

Para Gualter, as relações de amizade e companheirismo são um dos motivos para continuar a trabalhar no Desportivo de Chaves. “Há vários jogadores que nos marcam, até pela amizade que fica”, adianta.

“Mas também acho que é como dizem, já sou uma peça de mobiliário da casa”, confessa.
Já pensou em ter mais tempo para descansar, mas a ligação ao clube fala mais alto. “Eu digo sempre no fim da época, acho que este ano já vou abandonar. E depois, não sei… continuo”.

Natural de Bragança, o enfermeiro mudou-se para Chaves há quase quatro décadas, para trabalhar no Hospital. E como transmontano diz que sempre foi adepto do GD Chaves.

Conhecendo por dentro os meandros da equipa, considera que o balneário é “um vício”. “Não é fácil dissociar-me desta atividade, que é tão longa e viciosa. Acho que é mesmo por isso, já é um vício, sobretudo, o balneário. Só quem trabalha no futebol diariamente é que sabe o que é o vício do balneário”.

Há 37 anos a acompanhar a equipa, guarda muitas recordações. “No meu percurso, marcam-me as subidas de divisão e as descidas, pela parte negativa, que também tocam”. Acompanhou períodos de permanência na I Divisão e recorda a altura em que o Chaves foi à Europa. Apesar de estar a trabalhar com as camadas jovens, recorda-se de tempos de “grande euforia”. “Houve dois jogos, um com a Universidade de Craiova, em casa, em que o estádio estava a abarrotar, ainda se assistia em pé, e a segunda eliminatória com o Honved, da Hungria, são memórias que ficam para sempre”.

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