De acordo com a Lusa, o vinho branco pretende “conquistar novos mercados” para compensar a quebra de vendas devido à Covid-19. Apelidado de Santo Niño, o nome do branco refere-se à imagem cristã oferecida pelo explorador português ao marajá Rajah Humabon e à esposa aquando da conversão ao cristianismo. A imagem é considerada o “tesouro católico mais antigo das Filipinas” e representa a vontade da Adega em “conquistar novos mercados nas Filipinas e nas comunidades filipinas” pelo mundo. Só em Madrid, a comunidade filipina possui cerca de um milhão de pessoas.
Celeste Marques, responsável pela cooperativa, refere que sofreram quebras de venda entre “os 20 a 25%”. Assim, a enóloga salienta que “temos que dar a volta e o Magalhães é uma inspiração para nós”. A cooperativa já procedeu à criação de uma loja online, entrou numa cadeia espanhola de armazéns e também num hipermercado.
O vinho, segundo Celeste Marques, é uma “homenagem ao povo filipino e ao navegador português”. O rótulo da garrafa é baseado na imagem presente na Igreja Matriz de Sabrosa, oferecida pelo autarca da cidade onde Magalhães atracou: Cebu.
O navegador, que não sobreviveu à passagem pelas Filipinas, é homenageado pela Adega desde 2018. A linha de vinho “Fernão de Magalhães” foi lançada nesse ano para “ajudar na internacionalização” e para servir as comemorações, entre 2019 e 2022, dos 500 anos da viagem, de acordo com texto presente no website da CONFAGRI. Esta internacionalização pretendia atingir uma meta de vendas de 30%, algo impossibilitado pela pandemia.
A imagem de Santo Niño esteve desaparecida entre 1521 e 1565, sendo construído um santuário onde foi encontrada. Em 1965 foi coroada canónica pelo Papa Paulo VI em celebração dos quatro séculos de cristandade no arquipélago e é considerada milagrosa pelos filipinos católicos.