A Adega Cooperativa de Vila Real iniciou o pagamento da colheita de 2006, aos seus associados. Uma situação que não é frequente e que atesta a vitalidade desta unidade cooperativa. Para 2007, a Adega pretende aumentar a sua capacidade de engarrafamento, passadndo de três mil para cinco mil garrafas, por hora.
É um caso raro, nas adegas durienses, dada a crise que assola o sector vinhateiro. A Adega Cooperativa de Vila Real iniciou, na quinta-feira da semana passada, o pagamento da colheita de 2006, aos seus associados. Cerca de mil e cem sócios vão ter, assim, a oportunidade de receber, já, cerca de noventa por cento da sua vindima deste ano, ficando o restante para ser pago em Março de 2007, conforme impõe o Código Cooperativo.
Ao todo, são cerca de quatro milhões de euros que serão disponibilizados para os lavradores associados desta adega.
“Este pagamento vai-se prolongar, até ao final do ano. Aqueles que não vierem, até esta data, vão ter acesso a estes fundos, em Janeiro. O valor envolvido é de cerca quatro milhões de euros” – disse-nos o Presidente da Cooperativa duriense, Jaime Borges. Segundo este dirigente, mais dinheiro irá parar aos bolsos dos associados, em Março. “Depois, vai seguir-se o encerramento do exercício de 2006 que é um acerto da campanha de 2005 e que se vai efectuar, no mês de Março, ou seja, apenas cerca de dez por cento do que não foi pago. O pagamento está a ser feito nas instalações da adega, por intermédio de três bancos da nossa área social” – acrescentou.
“É um adiantamento à colheita de 2006, não um pagamento. Pois, em termos do Código Cooperativo, este não admite que se façam liquidações no ano das respectivas produções, daí que se aguarde, até Março, data em que nos obrigam a fazer o encerramento de contas” – acrescentou, explicando a razão pela qual os sócios já não recebem o valor total da colheita.
Em relação a uma maior valorização das colheitas, por parte da adega, da última safra, Jaime Borges é cauteloso: “Os valores pagos em relação ao ano passado e por sócio, na valorização dos seus vinhos, a adega está a entregar o mesmo. Os valores, mais ou menos, em termos de liquidação, só no encerramento do exercício é que nós saberemos quais são os dividendos que vamos entregar, a cada sócio, depois de apuradas as contas”.
Este dirigente aproveitou para salientar alguns projectos, para o futuro, em termos de equipamentos.
“Há a necessidade de fazer alguns investimentos, mas, tendo em conta o estado em que o sector dos vinhos se encontra, continuamos a aguardar por melhores dias, para que o investimento se possa concretizar. Estamos a falar de uma linha completa de engarrafamento. Porque a actual tem dez anos e, para a necessidade da adega, está a ficar desactualizada, atendendo ao seu rendimento diário. Muitas vezes, temos de recorrer a horas extras de serviço. O ideal seria uma linha que tenha a capacidade de enchimento de 5000, por hora. Presentemente, só temos 3.000 – disse.
José Manuel Cardoso