Os cursos de artes do Instituto Politécnico de Bragança têm cada vez mais alunos e o tecido empresarial da região está a solicitá-los, contribuindo para uma maior fixação de jovens no distrito. Depois de alguns anos de decréscimo nas entradas, este ano foram 65 os alunos de Arte e Design que escolheram o IPB para estudar, e tudo se deve à reestruturação curricular, mais adaptada às exigências profissionais da atualidade.
“Cada vez há mais alunos na área de artes e, no que diz respeito à formação de Animação e Produção Artística, tivemos um boom logo no início do curso, seguiu-se um decréscimo e, presentemente, mudámos as estruturas curriculares dos nossos cursos, dirigindo-os muito mais para o contemporâneo e para as exigências profissionais deste mundo em mudança e temos tido uma procura cada vez mais acentuada”, explicou Jacinta Costa, coordenadora do Departamento de Artes Visuais do IPB. A docente acrescentou que “esta atualização recente está a captar em muito os alunos para as áreas artísticas, principalmente em Arte e Design, com 65 entradas neste curso este ano, pelo que tivemos que dividir as turmas”. Segundo Jacinta Costa, a expectativa é muito elevada e há mercado de trabalho. “Ao contrário do que era expectável há uns anos atrás, os nossos alunos estão a fixar-se aqui em Bragança e temos algumas empresas que estão a solicitar alunos dos nossos cursos”, referiu.
Para Orlando Rodrigues, presidente do IPB, “a componente artística é fundamental e estamos empenhados para que cresça, pois as artes têm um enorme potencial de dinamização de toda a instituição. Têm uma interação frutuosa com outras áreas e têm que se fortalecer cada vez mais”. No entanto, como salientou, há problemas ao nível das instalações da instituição, que começam a ser pequenas para as solicitações do setor artístico. Uma questão que, como avançou o presidente, já está a ser analisada, passando a solução pela ocupação de outros equipamentos da cidade, fora do campus académico. “Queremos estabelecer parcerias para possível utilização de outros espaços de Bragança, o que contribuirá também para a sua dinamização”.
Orlando Rodrigues falava à margem da Implicarte, a 7ª Mostra de Artes de Bragança que, durante um mês, irá divulgar o trabalho artístico dos alunos do IPB. Concertos, performances, exposições, aulas abertas, conferências fazem parte da programação de um evento que se pretende cada vez mais próximo da comunidade. “Tentamos motivar os nossos alunos a participar, pois é uma oportunidade de fortalecerem a sua formação, mas também convidamos o público da área ou geral a complementar a sua formação pessoal e/ou profissional”, esclareceu Jacinta Costa, avançando que “este ano temos como novidade a presença dos primeiros alunos dos cursos artísticos formados no IPB que vêm falar de como foi sair da escola, ter uma formação mais avançada e o seu emprego e isto ajudará a que os nossos alunos percebam o potencial que têm a nível profissional”.
Hernâni Dias, presidente da autarquia, salientou a importância da cultura para o concelho, referindo que “o município vê na cultura um investimento e quer aproveitar a dinâmica do IPB de forma a que esta parceria seja cada vez mais profícua e que levemos a cultura cada vez mais longe e fazer com que Bragança se afirme cada vez mais no âmbito cultural”.
