A precisar de pontos como de pão para a boca, os vila-realenses entraram determinados em resolver o jogo cedo. Logo aos 5’, Brandão trava Aquini dentro da área, grande penalidade de pronto assinalada pelo juiz da partida. Na marca de 9 metros, Bukia remata sem grande convicção e Nené defende o castigo máximo. Apesar desta ocasião soberana falhada, o Vila Real continuou o seu caminho na procura da baliza adversária. Aos 9’, Aquini ganha uma bola ao defesa da casa, coloca em Rui que remata forte para mais uma grande intervenção de Nené, a negar o golo ao médio forasteiro. Com uma pressão muito alta sobre o adversário, os alvinegros cercavam a baliza à guarda de Nené, no entanto, voltaram a falhar escandalosamente na finalização. A mais flagrante saiu dos pés de Aquini, com Felipe a falhar na cara do golo, com a baliza aberta. Já em cima do final da primeira parte, Felipe volta a falhar, desta vez remata forte com a bola a bater no poste. Ao intervalo, o resultado era demasiado penalizador para os visitantes, que dominaram por completo, mas pecaram novamente na finalização.
Na segunda parte, o Amarante melhorou o seu rendimento e Azevedo teve uma boa situação para marcar, mas o remate sai a rasar o poste. Aos 62’, nova grande penalidade para os transmontanos, com o defesa local a cortar a bola com a mão. Fica a dúvida se foi dentro ou fora da área. Chamado à conversão, Bukia desta vez não falha e engana Nené, com o guarda-redes para um lado e a bola para o outro. No minuto seguinte, Felipe poderia ter aumentado a vantagem, no entanto o remate voltou a bater com estrondo no poste. Na resposta, Hackman trava um jogador da casa dentro da área e vê o vermelho direto. Frente ao guarda-redes vila-realense, Miguelito, com grande frieza, remata forte e colocado, sem hipótese para Riça, restabelecendo assim a igualdade. Aos 73’, Riça evita o segundo, ao fazer a defesa da tarde, depois de um remate à meia volta de Moreno. Aos 81’, Felipe ganha em força, entra na área mas remata enrolado, com a bola a sair ao lado. Já no último minuto do encontro, há um cruzamento largo para a área, onde aparece Moreno e num belo golpe de cabeça “matou” o Vila Real, que não merecia este desfecho, no entanto, ganha quem marca e o Amarante foi muito mais eficaz, já que concretizou quase todas as oportunidades que dispôs.
Com apenas 24 pontos em disputa tudo parece muito complicado para os vila-realenses, que têm vindo a marcar passo jogo após jogo.
No próximo sábado, o Vila Real recebe a visita da Oliveirense. Já o Amarante vai até Felgueiras.
Nuno Pinto treinador do Vila Real
“Faltou qualidade individual”
“Fomos superiores ao longo de todo o encontro. Enquanto tivemos onze jogadores fomos sempre melhores e mesmo em inferioridade mostramos organização e criamos perigo por várias vezes. O jogo decide-se numa infantilidade no nosso meio-campo, que não pode acontecer, e que depois dá origem ao penalti e à expulsão do nosso jogador. Tínhamos de ganhar, mas a partir do empate ficamos mutilados e não conseguimos ir à procura da vitória. Tivemos muitas oportunidades para matar o jogo, não o fizemos por falta de qualidade individual, na zona de finalizar. São situações que não competem ao treinador, nem ao clube resolver mas sim aos jogadores que estão dentro de campo. Perdemos por culpa própria, por erros individuais e infantis, que não podem voltar a repetir-se. Temos de encarar o futuro com espírito de missão, sem fazer grandes planos e pensar jogo a jogo. Começo a compreender porquê que o Vila Real tem apenas sete pontos com este grupo de trabalho, por isso temos de erradicar essas coisas que têm vindo a atrasar a nossa equipa”.
João Pedro Pinto treinador do Amarante
“Já fizemos bons jogos e perdemos”
“Tivemos alguma felicidade na vitória, sobretudo pela primeira parte, em que estivemos uns furos abaixo do que somos capazes de fazer, no entanto no segundo tempo retificamos e já estivemos um pouco melhor. Também já fizemos bons jogos e perdemos. Há duas semanas perdemos em Santa Eulália ao minuto 95, na semana passada aqui, no nosso campo, jogamos muito tempo com oito jogadores, hoje não estou satisfeito com o que produzimos, mas estou feliz com o resultado. O Vila Real tentou ganhar, fez muitas coisas bem, mas também precisávamos de uma vitória assim. Por aquilo que a equipa fez no segundo tempo também o justificou. Temos dois objetivos para atingir, o primeiro é assegurar a manutenção direta, sem ir à liguilha, e o segundo é chegar ao segundo lugar e é com isso em mente que trabalhamos todos os dias. Somos um clube que tem dificuldades, mas gostamos de cumprir os seus compromissos, estamos a fazer um bom campeonato, apesar de termos um dos orçamentos mais baixos desta divisão nacional”.
Ficha Técnica
Jogo disputado no Estádio Municipal de Amarante.
Árbitro: Albano Correia (A.F. Braga).
Auxiliares: Pedro Costa e Júlio Moura.
AMARANTE: Nené, Carlos, Castro, Dani, Marqueiro (Rodrigo, 85’), Miguelito, Brandão (Moreno, 63’), Cesinha, Piquet, Marquinhos e Azevedo.
Suplentes não utilizados: Patrick, Moreira, Cardoso, Armando e Rui.
Treinador: Pedro Pinto.
VILA REAL: Riça, Telmo, Fred, Hackman, Alex, Castanha, Rui, Cristiano (Miguel Morais, 81’), Felipe, Bukia (Anderson, 68’) e Aquini (Orlando, 90’).
Suplentes não utilizados: Miguel, Leandro, Zé Carvalho e Schuster.
Treinador: Nuno Pinto.
Ao intervalo: 0-0.
Cartões Amarelos: Brandão (5’), Rui (59’), Marqueiro (69’), Dani (62’), Aquini (83’), Piquet (86’).
Cartão Vermelho: Hackman (65’).
Marcadores: Bukia (62’), Miguelito (65’), Moreno (94’).