IN de inclusivo. Assim é o campo de férias promovido pela autarquia de Vila Real, destinado a crianças com deficiência ou necessidades especiais.
“A inclusão não se decreta, pratica-se”, começou por dizer Alexandre Favaios, à margem de uma visita à Escola das Árvores, onde as crianças do Geração IN puderam conviver com outras, ditas “normais”. Segundo o vice-presidente da câmara, “quisemos dar uma resposta efetiva a todos, independentemente das suas competências”.
O autarca salienta que “temos um campo de férias destinado a toda a comunidade, o Verão em Movimento, frequentado por cerca de 100 crianças. E depois temos o Geração IN, com cerca de 15 crianças”, referindo que “ambos têm atividades conjuntas para que a inclusão seja uma realidade efetiva”.
“Num momento em que as escolas estão fechadas, quisemos dar aos pais uma resposta para os seus filhos e o balanço é extremamente positivo”, afirma Alexandre Favaios, destacando a equipa que acompanha estas crianças, que conta “com recursos humanos da Associação de Paralisia Cerebral de Vila Real e da APPACDM de Sabrosa, que permite que as crianças sejam devidamente acompanhadas”.
A inclusão é um desafio e trabalhar com crianças com necessidades especiais também. Que o diga Célia Carvalho, uma das monitoras deste campo de férias, sempre acompanhada pelo André, uma criança com autismo.
“Trabalhar com estas crianças é bom e desafiante”, confessa, dando conta de algumas das atividades que fazem, como “a natação, dança, pintura, ginástica”. E apesar de “não conseguirmos fazer todas as atividades que queríamos, aprendemos muito com estas crianças”.
PRECONCEITO
Enquanto isso, Márcio Martins, recentemente empossado como Provedor do Cidadão com Deficiência ou Incapacidade no município de Vila Real, ia fazendo as delícias dos mais novos. A cadeira de rodas serviu, por exemplo, para fazer umas “corridas” no pavilhão da escola, com o Salvador a ser o copiloto.
Sobre o ATL, Márcio fala de um projeto “interessante e pertinente” que permite que “estas crianças, que se calhar iam estar como que um pouco esquecidas em casa, possam ter várias atividades desportivas e lúdicas”. Ao mesmo tempo, frisa, “permite dar um pouco de descanso aos pais”.
“A junção destes dois campos de férias é importante para promover a inclusão e lutar contra o preconceito”, refere, admitindo que “as crianças são quem lida melhor com estas questões da deficiência”.
Para Márcio Martins, “a maior barreira que temos nestas questões é a mentalidade. Não adianta termos iniciativas que promovam a inclusão se as pessoas não mudarem a sua mentalidade. De que serve ter passeios largos se depois não há civismo e as pessoas estacionam em cima deles?”, conclui.[/block]
