Quarta-feira, 9 de Outubro de 2024
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Atravessar o Atlântico para estudar na UTAD

ESPECIAL ENSINO - Juliana e Oiliam têm 29 anos e são do Paraná, no sul do Brasil. Decidiram retomar os estudos e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) foi a academia escolhida

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Conheceram-se na Universidade Tecnológica e Federal do Paraná e estão juntos há nove anos. Ele formou-se em engenharia florestal e ela em engenharia agronómica. Agora, depois de cinco anos a trabalhar em São Paulo, e enquanto não têm filhos, decidiram voltar a estudar.

“Quando nos formámos, quisemos ir para o mercado de trabalho e ganhar experiência. Houve alguns professores que insistiram para prosseguirmos estudos, mas por opção fomos trabalhar”, explica Oiliam, referindo que “tivemos professores com elevado nível de formação, mas nunca tiveram experiência no mercado de trabalho e acho que foi importante para nós passar à prática, atuar junto de empresas e agora, passados cinco anos, decidimos que estava na hora de voltar aos estudos e tirar o mestrado”.

Escolheram a UTAD depois de falarem com alguns amigos. Oiliam está no mestrado de engenharia agronómica e Juliana no de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) em Ciências Agronómicas e Florestais. “Sempre tive o desejo de atuar na parte das vinhas. O meu pai é agricultor, sempre tive esse sonho e a região de Trás-os-Montes é ótima para isso”, confessa Oiliam, acrescentando que “pesou na decisão também o facto de Portugal ser um país seguro”.

Mas a família, “num primeiro momento, não gostou muito da ideia”, afirma Juliana entre risos, reforçando que “nós já vivíamos longe e hoje com as chamadas de vídeo é mais fácil matar saudades. A diferença é que agora estamos do outro lado do oceano. Mas aceitaram e já estamos a fazer planos para que possam vir cá, quando tudo melhorar um bocadinho”.

E como será conciliar a vida de estudante e a vida de casal? Juliana diz não ser difícil e brinca até com a situação. “Temos horários bem engraçados, ele tem aulas de segunda a quinta-feira e eu à sexta e ao sábado, e costumamos dizer que sobra o domingo”. 

E nem a pandemia e o confinamento foram um entrave, porque “cada um tinha os seus horários, cada um fazia as suas tarefas. Além disso, a Juliana trabalha e a única coisa que acaba por acontecer é trabalharmos para lá da hora”, confessa Oiliam, que para os dias em que a sua companheira tem aulas arranjou um passatempo. “Reuni alguns contactos de quintas da região e aproveito para fazer algum trabalho de campo”.

Questionados sobre as diferenças que encontraram entre o ensino no Brasil e em Portugal, Juliana e Oiliam são muito diretos. “A grande diferença é que lá os professores são muito jovens, aqui têm mais experiência e há mais horas de aulas”, contudo, “no Brasil há mais projetos de investigação e temos até a possibilidade de nos voluntariarmos para participar nos mesmos. Aqui, não sei se por força da pandemia, ainda não percebemos se há essa possibilidade”. Ainda assim, a experiência está a correr bem. Oiliam, por exemplo, diz que “estou a aprender bastantes coisas novas, principalmente em relação às vinhas”.

Quanto ao futuro, este casal pensa regressar ao Brasil. Quando isso acontecer, levarão na mala o mestrado, mas também “um carinho especial por Vila Real”.

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