Domingo, 12 de Janeiro de 2025
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Aurélio Santos ficou tetraplégico e precisa da sua ajuda

Aos 57 anos, este homem necessita de instalar um elevador para conseguir sair de casa e recuperar a alegria de viver, uma vez que é impossível ultrapassar as onze escadas que o separam da rua

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Foi funcionário da câmara municipal de Vila Real durante mais de 30 anos, mas uma queda acidental atirou Aurélio Martins Santos para uma cadeira de rodas, que é agora a companhia diária deste homem, de 57 anos, que precisa de ajuda para recuperar a alegria de viver. Com os olhos embargados em lágrimas, Aurélio Santos, natural de Escariz, Vila Real, gostava de ir à rua, ao café e conviver um pouco com os amigos, no entanto a casa onde mora não lhe permite essa “excentricidade”, uma vez que tem onze escadas que não consegue ultrapassar. O ideal seria a instalação de um elevador interior ou então uma plataforma elevatória para poder ir à rua e passear “um bocadinho”.

Vive com a mulher, Maria de Fátima, que tem sido o seu grande suporte e o seu “porto de abrigo” nestes dias, meses e anos que passam e em que convive com esta paralisia quase total do corpo. A mulher tenta tudo para dar maior conforto ao seu marido e não se tem cansado de pedir apoio para colocar um elevador na residência onde moram, de forma a proporcionar uma vida “mais alegre” a Aurélio Santos. “Já fui à Segurança Social e ainda estou à espera de uma resposta positiva, que tarda em chegar. Da ADSE, dizem que não comparticipam este tipo de equipamento. Também já pedi à câmara municipal, no entanto disseram-me que não podem contribuir com verbas para este tipo de obras em casas particulares”.    

O rendimento mensal deste casal não ultrapassa os 500 euros, dos quais têm de pagar um empréstimo da casa ao banco (185 euros), luz, água, telefone, alimentação, mais os medicamentos. “São muitas despesas e não tenho possibilidade de instalar aqui um elevador para levar o meu marido até à rua ou ao café”, lamenta Maria de Fátima, que conta com a ajuda das duas filhas para pagar o serviço de higiene diária. “Sozinha não o consigo movimentar. Tenho de pedir sempre ajuda”.

 

Acidente aconteceu em 2014

Tudo aconteceu no dia 1 de maio de 2014, quando Aurélio Santos estava num terreno perto de casa, juntamente com a mulher, onde um homem que contratam procedia à limpeza de uma mina. De repente, Aurélio escorregou e caiu dentro da mina, numa altura em que a esposa se tinha afastado para plantar alfaces. “Cinco minutos depois de ter saído do local, o senhor Tó Zé já me estava a chamar e a dizer que o meu marido tinha caído dentro da mina. Ainda o tentou levantar, mas não foi bem-sucedido e teve de me chamar. Corro para o local e vejo-o já com a boca num charco de água. Imediatamente, tentei levantar o seu pescoço e abracei-o. Chamei o INEM, que demorou bastante tempo a chegar, uma vez que ainda foram para uma aldeia aqui próxima, Paredes”, conta Maria de Fátima, acrescentando que as manobras para retirar o marido da mina demoraram muito, porque tiveram de ter o máximo cuidado. “Todos pensávamos que tinha sido uma queda normal, mas quando cheguei ao hospital e a médica me disse que o meu marido estava tetraplégico, fiquei arrasada”, conta.

O diagnóstico revelado pela Tomografia Axial Computadorizada (TAC) confirmou o pior dos cenários e desde essa altura são poucos os progressos que Aurélio tem alcançado com as várias sessões de fisioterapia.   

Os minutos, as horas e os dias são sempre a mesma rotina, em casa, a ver televisão, só sai às vezes para ir às consultas médicas, já que precisa da ajuda dos bombeiros para sair da sua habitação. “Tenho saudades da minha antiga rotina, de apanhar o autocarro e de ir trabalhar. Gostava de estar com as pessoas, de passear e de conversar, mas infelizmente não posso”, diz Aurélio, que tem dias em que se sente “muito triste” e com dores. “Isto não é vida, mas tenho as minhas filhas que me dão alento para continuar”, afirma emocionado.   

Para quem quiser ajudar o Aurélio basta contactar a mulher pelo telefone 259346886 ou 961832664. Há ainda uma conta na Caixa Geral de Depósitos onde poderá deixar um donativo: IBAN – PT 50003509060003582380060.

 

 

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