Paulo Machado, de 35 anos, bombeiro de 3ª Classe, foi um dos elementos injuriados por parte dos populares e contou, ao Nosso Jornal, as peripécias deste caso. “Estávamos com muitas dificuldades para travar e controlar o incêndio. Por ordem do comandante dos Bombeiros de Mondim de Basto, tomei a iniciativa de fazer um fogo com uma linha de contenção de 200m2. Alguns habitantes não compreenderam e começaram a arremessar pedras e a insultar-nos. Houve um colega que não foi atingido nas costas porque nós o avisamos para se desviar. Depois, o grupo de pessoas resolveu investir contra nós, com foices, forquilhas, enxadas, paus. De facto, foi muito complicado porque no terreno estávamos apenas três homens e cinco mulheres. As coisas acalmaram com a chegada da GNR de Ribeira de Pena e nós continuamos com o contra-fogo, que se revelaria fundamental para a contenção das chamas”.
O adjunto de Comando, António Martins, também lamentou a situação. “O que aconteceu foi desagradável. As pessoas têm de saber que nós só queremos socorrer e evitar maiores danos”. Os populares acabaram por entender que a linha de contenção que criamos foi para defender as lojas dos animais e as habitações.
Depois de tudo esclarecido, alguns dos populares contestatários pediram desculpa aos bombeiros, no próprio local. “Agora aguardamos que venham ao Comando para tudo ser esclarecido e explicado, para que uma situação como esta não volte a acontecer”, rematou António Martins.
A Direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Ribeira de Pena também expressou a sua solidariedade para os seus homens. O seu presidente, José Borges, vai apoiar o envio de uma exposição por parte do Comando ao responsável pelo Centro de Operações de Socorro Distrital, Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Alvadia. Entretanto, a GNR de Ribeira de Pena tomou conta da ocorrência e identificou duas pessoas.