Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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Campanha internacional contra a cascata do Tâmega

Alguns empresários da zona do Alto Tâmega estão a levantar a voz contra a construção de alguns empreendimentos hidroeléctricos ao longo do curso do rio Tâmega. Pretendem ir mais longe ao tentarem sensibilizar a comunidade internacional para a causa que defendem.

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Depois do sector vitícola, surgem agora críticas por parte de empresas ligadas ao turismo e aos desportos radicais.

O Pena Aventura Park, situado na zona florestal de Lamelas, em Ribeira de Pena, é um dos maiores empreendimentos do país na área das actividades de desportos radicais e de natureza. Artur Cardoso, proprietário da empresa deixou, ao Nosso Jornal, alguns pormenores da iniciativa além-fronteiras. “Estamos a tentar criar um grande movimento internacional à volta do Tâmega. Com isto, queremos alertar as várias entidades para a violação de todos os acordos internacionais ligados ao ambiente, ao abrigo da Agenda XXI, como a protecção do meio ambiente, a Rede Natura, a preservação do Lobo, a Lei da Água. Em termos nacionais e internacionais, pretendemos dar visibilidade a esta causa, reunindo forças de diversas entidades que possam dar algum contributo, para que seja a opinião pública e as instâncias competentes a decidir”.

Artur Cardoso está preocupado com o reflexo da cascata do Tâmega na sua actividade e não afasta o cenário de ter de reduzir alguns postos de trabalho. Neste momento, a Pena Aventura e outras empresas de animação turística trabalham no Tâmega, que tem um enorme potencial.

No Pena Aventura Park, o que está em causa é a utilização de rafting de canoagem, passeios no Tâmega, já que o visionamento do plano de água vai desaparecer. “Se a obra avançar, como está previsto, estamos claramente a equacionar a possibilidade de nos afastarmos do Tâmega enquanto recurso para explorar, o que irá ter reflexos obviamente nos postos de trabalho da região”.

A própria Iberdrola admite que esta albufeira não poderá ter utilização turística pela grande oscilação que pode provocar a albufeira. Este empresário está ciente que o modelo da Iberdrola “só acautelou a produção energética”, tendo esquecido “todas as outras facetas do rio Tâmega”.

Este empresário defende que é necessária “uma solução compatível com o desenvolvimento local, sustentável, que traga mais-valias à comunidade e não se limitem a sugar os recursos naturais que pertencem a todos e não só ao Estado”, concluiu.

Para engrossar ainda mais o coro de contestação, a Assembleia Municipal de Ribeira de Pena vai hoje tomar uma posição sobre este assunto.

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