Sábado, 15 de Março de 2025
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Celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos

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A “Comissão Nacional do 50.º aniversário do 25 de Abril”, à qual preside o senhor Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, e que tem como Comissária a professora Maria Inácia Rezola, doutorada em História Institucional e Política Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa, está em plena atividade e o seu trabalho vai prolongar-se nos próximos anos dada a relevância das comemorações:

  • 25 de Abril de 1974 :“Revolução do 25 de Abril”, que põe fim aos longos anos do Estado Novo e inicia a 3.ª República Portuguesa;
  • 25 de Abril de 1975: “Eleições para a Assembleia Constituinte”, organismo encarregue de elaborar a nova Constituição;
  • 25 de Abril de 1976: Primeiras eleições legislativas livres e entrada em vigor da Constituição de 1976, aquela que permanece em vigor.

Para conhecer e ter a dimensão certa do que vai mudar, é necessário saber o que havia antes.

Norteados por estas premissas, as turmas do 9.º ano e do 10.º e 12.º anos de Humanidades realizaram, na semana de 13 a 17 de novembro, visitas guiadas ao Museu do RI 13 para descobrir algum do espólio da participação deste Regimento na Guerra em África, designada por “Guerra do Ultramar”, “Ultramarina”, ou ainda por “Guerra Colonial”.

O outro lado em combate chamou-lhe “Guerra da Libertação”. Ela não era a solução para as colónias e foi o motivo mais forte para a “Revolução do 25 de Abril”.

Esta visita, orientada e esclarecida pelo Tenente-Coronel Teixeira, foi ainda, uma oportunidade para rever e aprofundar conhecimentos sobre a participação portuguesa na “I Guerra Mundial” e, dentro dela, a mítica, sangrenta e longa “Batalha de La Lys” (de 7 a 29 de abril de 1918), perto do rio com o mesmo nome, e que se estendeu à aldeia de La Couture, na fronteira franco-belga, na região da Flandres.

Os trabalhos pedidos aos alunos resultaram nos seguintes testemunhos:

Ficamos surpreendidas com a existência de aulas regimentais, nos quartéis, antes da “Revolução do 25 de Abril” de 1974. Elas eram imprescindíveis e ocorriam devido ao elevado número de pessoas analfabetas, o que era uma das marcas identitárias do Estado Novo. O quadro de lousa, rotativo e com dupla face, uma quadriculada para os números e operações aritméticas e a outra com linhas para as letras e a escrita, era diferente dos quadros atuais e nele ainda se utilizava giz para escrever. A carteira de dois lugares, em madeira, de certeza era idêntica aquelas onde os nossos avós se sentaram. Conhecer o processo do ensino dos pesos e medidas com o recurso a copos de madeira para determinar a medição dos líquidos, dos cereais e das leguminosas secas foi inusitado e algo extraordinário para nós. Aprendemos a distinguir guiões (estandarte de uma missão), estandarte (identifica um regimento) e bandeira.

Conhecemos as duas chaimites, idênticas às utilizadas na “Revolução do 25 de Abril”, que o RI 13 tem, mas já não estão operacionais e as Pandur atuais, as viaturas de transporte e combate que utilizam, existindo em cinco versões.

Beatriz Garcia e Mafalda Sousa


Foi muito agradável desfrutar desta oportunidade de sairmos da sala de aula para uma visita de estudo, mas também pelo que esta comportava e retratava: a participação do RI 13 na I Guerra Mundial e na Guerra em África.

Entre as memórias preservadas nos objetos expostos, protagonistas e intervenientes da vida quotidiana em África de muitos soldados transmontanos, detivemo-nos:
Na mala-altar que o capelão (padre e militar) transportava e permitia celebrar a eucaristia em qualquer lugar, bastava abrir a mala e o altar, com as alfaias religiosas essenciais ao ritual, estava pronto;

Na máquina de projetar filmes e documentários que tinha utilidade prática: através dela podiam visualizar e estudar informação importante para definir táticas e tomar decisões fundamentadas, mas também tinha um caráter lúdico: preenchia alguns momentos do lazer possível com filmes que afastavam, enquanto duravam, o monstro da guerra e podiam mesmo provocar algumas gargalhadas, pois não tem nada a ver com os atuais e a podemos retirar a conclusão que a tecnologia tem evoluído de uma maneira assombrosa.

Na “Revolução do 25 de Abril”, o RI 13 não teve intervenção, pois os acontecimentos foram, sobretudo, em Lisboa, mas a destituição do Presidente da Câmara de Murça gerou uma revolta popular e preparou-se uma companhia para atuar se fosse necessário. Felizmente, não foi! “O Povo é Sereno!”

Pedro Santos e Salvador Rodrigues


Conteúdo produzido pela Escola Secundária de São Pedro

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