À saída da reunião, Vítor Rodrigues, dirigente da CNA, explicou os motivos da mesma, que se prendem com a “situação grave que a agricultura atravessa”.
“Aquilo que se tem vindo a verificar de há um ano para cá, e que agora se agravou com a guerra, com a seca e com os preços baixos pagos aos produtores, é que há muito abandono no tecido agrícola”, conta, referindo que “em alguns casos, o preço cobrado aos consumidores é sete vezes mais do que aquele que é pago aos agricultores”.
Para Vítor Rodrigues “está em causa a viabilidade de um grande número de explorações”, considerando que as medidas de crise que têm sido anunciadas pelo Governo ficam “aquém daquilo que é necessário”.
E foi num documento entregue à diretora regional que a CNA elencou algumas medidas concretas, destacando, como mais urgentes, “a luta contra a especulação dos preços de produção, com a regulação dos preços de combustíveis, com a criação de legislação que impeça a venda com prejuízo ao longo de todos os elos da cadeia”.
A estas juntam-se outras como “a compensação dos agricultores pelos danos causados por animais selvagens, como javalis ou lobos”, muitos deles a acontecerem na região transmontana.
“Quando se trata dos prejuízos provocados por ataques de lobos, arranja-se sempre maneira de não pagar aos agricultores”, lamenta o dirigente, criticando a atuação do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas).
As áreas de pastoreio em baldios, os contratos de comodato e a Casa do Douro foram outros dos temas levados a discussão, onde não foi esquecido o facto de a apicultura ter sido excluída da mais recente medida de apoio anunciada pelo Governo, o que, para a região Trás-os-Montes “é uma questão bastante importante e, sobretudo, num ano em que os apicultores vão ter uma produção baixa”.