“Nós continuamos a andar permanentemente de mão estendida junto das autarquias, do poder central, para podermos manter um corpo de bombeiros, que existe para servir a população”, lamenta, adiantando que “têm objetivos fundamentais, como a área do socorro, que não pode ser adiada”.
Além disso, hoje “temos de ter um conjunto de infraestruturas e equipamentos, que sofrem grande desgaste, que assegurem a segurança. Pelo que é primordial melhorar esses equipamentos, não só para o combate aos incêndios rurais, mas também aos incêndios urbanos e industriais, de forma a proteger os nossos bombeiros. Por isso, “defendo um plano que envolva os corpos de bombeiros numa perspetiva de reposição do equipamento”.
“Temos necessidade de renovar várias viaturas do parque automóvel, porque o tempo passa e há um desgaste natural”
Álvaro Ribeiro – Presidente
Por exemplo, para ocorrer aos incêndios rurais, “temos um único carro que está dentro do prazo de validade, pois a vida útil de um carro destes é de 20 anos, todos os outros já esgotaram esse prazo. Aparentemente estão bonitinhos, mas o tempo passa, há um desgaste e é preciso renovar o parque automóvel”.
Álvaro Ribeiro defende que a “base de sustentação passa pelo plano de financiamento e o plano de reequipamento, em que o poder central e as autarquias acertavam os valores para aquilo que devem ser os corpos de bombeiros. E tinham um limite em função do risco, em que o dinheiro público seria para garantir a funcionalidade dos corpos de bombeiros. Era uma forma justa de funcionar em função do risco da área territorial, do serviço que prestamos e os meios que é preciso ter para servir a população”.
No que respeita aos serviços, a Cruz Branca centra a sua prioridade no serviço do INEM. “Somos um Posto de Emergência Médica com uma média de serviço diária entre 10 a 12 saídas por dia, em que damos resposta rápida nas emergências. Já o serviço de transporte não hospitalar, só dá prejuízo à associação, uma vez que estamos perto de um grande centro hospitalar, que paga entre 7,5 e 10 euros por serviço, quando nós gastamos no mínimo 50 euros”, frisa o comandante Orlando Matos.
Acrescentou que todos os corpos de bombeiros que estão junto dos grandes centros hospitalares, “normalmente não fazem transportes não urgentes, porque a tabela está desatualizada e não cobre as despesas. A própria Liga dos Bombeiros Portugueses tem feito propostas, mas não tem resposta por parte do Ministério da Saúde”.
O mesmo responsável sustenta que a primeira intervenção “deve ser profissional” em qualquer ocorrência. O caminho tem de ir por aí, porque senão não conseguimos responder em tempo útil às solicitações que nos aparecem. Alguns dos nossos profissionais são voluntários, porque dão horas para além do seu horário de trabalho e nós não temos hipótese de pagar horas extra.
Mas, a lei também os obriga a isso, ou seja, têm de dar umas horas obrigatórias para o voluntariado”.
Orlando Matos sustentou que, na sua génese, a profissionalização “é importante 24 sobre 24 horas, sete dias por semana. Neste momento, só conseguimos assegurar de segunda-feira a sexta-feira, 16 horas do dia com as duas Equipas de Intervenção Permanente”.
Sobre projetos, o presidente dos Bombeiros da Cruz Branca refere que estão a fazer uma “pequena obra” para transformar um espaço num salão multiusos. “São 28 mil euros de investimento, mas somos obrigados a pagar IVA, ao contrário de outras associações que não pagam. Temos de fazer muitas contas para ter as contas equilibradas”.
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