Lúcia Moreira, de 72 anos, e Terêncio Carriço, de 68 anos, têm vários anos de dedicação a esta causa, da qual já sentem muita falta, uma vez que desde o início da pandemia (março de 2020) que não podem ajudar aqueles que mais precisam.
Recordaram pessoas que as marcaram numa missão, que abraçaram com muito carinho, mas garantem que recebem mais em troca do que aquilo que dão. “Recebo muitas bênçãos de Deus, que me tem dado saúde e força, mesmo nas horas mais difíceis. Dos doentes recebo muitos ensinamentos e nunca me esqueci da primeira vez que fiz voluntariado nas consultas externas, em que levei uma senhora até à sala e tirei-lhe um ticket que lhe dei para a mão. Ela disse que não sabia ler, era mais nova que eu e não sabia ler. Para mim foi um privilégio saber ler e poder ajudar aquela senhora”, revela Lúcia Moreira, que já tem muitas saudades de ajudar quem mais precisa.
Depois de uma vida ativa muito preenchida, Terêncio Carriço decidiu abraçar o voluntariado quando se reformou e nunca pensou que esta experiência fosse tão gratificante. “Inscrevi-me na Cruz Vermelha e comecei a apoiar a terceira idade, pelas aldeias. Foi uma experiência muito enriquecedora”, recorda, apelando às pessoas a juntaram-se a esta causa, porque um dia poderemos ser nós a precisar da ajuda dos outros. “É preciso apenas tempo e disponibilidade, mas recebemos muito daqueles que precisam de uma palavra amiga, de conforto, quando passam por situações muito difíceis da sua vida”.
Fernando Teixeira, presidente da Cruz Vermelha de Vila Real, quis assinalar o dia internacional do voluntariado, mostrando dois exemplos, “para apelarmos ao sentido do voluntariado, que neste momento está parado”, mas acredita que vão regressar para ajudar quem mais precisa.