A Igreja de Santa Maria Maior de Chaves recebeu a última conferência com o tema “A receção do Concílio Vaticano II na Diocese de Vila Real”, tendo sido apresentado por D. Gilberto Délio Canavarro dos Reis, bispo emérito de Setúbal.
D. Gilberto, natural do concelho de Vila Pouca de Aguiar, conheceu a realidade da Igreja diocesana antes e depois do concílio, tendo a felicidade de participar neste concílio em Roma.
O bispo emérito de Setúbal destacou três grandes desafios, que devem marcar a vida da Igreja: centrar a Igreja em Jesus Cristo; viver em comunhão e viver numa Igreja ao serviço do mundo.
O concílio centrou-se em grande parte na reforma litúrgica, na participação de uma assembleia celebrante, na abundância da Palavra de Deus e na alteração do latim para a língua local. “Os padres mudaram a missa”, dizia o povo, habituado a rezar o terço, enquanto o sacerdote celebrava a missa em latim. “O povo não entendia, mas aceitava”, testemunha o prelado.
A Igreja “tinha necessidade de ir de novo ao encontro da Igreja dos primeiros tempos”, afirma D. Gilberto. Portanto, houve na diocese vários cursos bíblicos nas paróquias, bem como leitura-orante da Sagrada Escritura.
O mesmo aconteceu com os cânticos. “Não havia cânticos em português”, afirma D. Gilberto e, por essa razão, os primeiros cânticos eram adaptações que se faziam, a partir de melodias mais conhecidas. Hoje encontramos já um grande trabalho feito nesta área, desde os salmos responsoriais até aos restantes cânticos da eucaristia.
O bispo de Vila Real agradeceu as palavras de D. Gilberto, elogiando a sua profunda experiência e belíssimo testemunho deste tema tão importante. Nos 100 anos da diocese, quase 70 são marcados pela reforma e pela nova forma de estar e servir a Igreja.