Dois anos e meio depois do anunciado regresso ao ouro nas minas de Jales, o projeto está praticamente parado. Os deputados querem esclarecimentos do Estado e soluções para fazer cumprir o acordo por parte do consórcio que ganhou a concessão mineira (Almada Mining SA e EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineira, SA). “Foram criadas expetativas em torno do investimento e da inerente criação de postos de trabalho, que têm sido defraudadas”, referem os deputados na moção aprovada na última assembleia municipal.
A empresa mineira canadiana Petaquilla, que através da sua participada Almada Mining integra o consórcio que ganhou o concurso para a reabertura de Jales em junho de 2012, atravessa problemas financeiros que estão a interferir com o ritmo dos trabalhos.
Por outro lado, a quebra da cotação do ouro ao longo dos últimos dois anos também acabou por afetar o plano de investimentos previamente estabelecido entre o Estado português e o consórcio que ganhou a concessão mineira de Jales.
Nas minas de Tresminas, no Planalto de Jales, chegaram a trabalhar 800 trabalhadores no pico das explorações, e eram extraídos 30 quilos de ouro por mês, cerca de um quilo por dia. Terão sido ainda das mais importantes do Império Romano e eram geridas diretamente pela guarda do Imperador. O auge da exploração de ouro terá ocorrido durante os séculos I e II. Depois, também os portugueses exploraram o filão do ouro em Campo de Jales até meados dos anos 90, altura em que encerram.