Como vem sendo habitual, é dado a conhecer publicamente nesta altura do ano, pela respetiva tutela, o número de pipas de mosto generoso atribuídos à produção. Os números avançados pelo IVDP, 105 mil pipas acabam por ser esperados dada a relação oferta-procura e o contexto atual.
O comunicado de vindima para 2014 aprovado pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) com o acordo da produção e do comércio, foi bem visto pelo seu presidente, Manuel de Novaes Cabral, que chegou mesmo a afirmar que “num momento particular para o Douro, como o que agora se vive, os representantes da produção e do comércio chegaram a acordo, facto que merece ser destacado pela positiva e espero que seja benéfico para a região”.
Por outro lado, a Avidouro, através da sua diretora, Berta Santos, não embandeirou em arco este aumento verificado. “É positivo – mas ainda não chega – o aumento do “Benefício” em 5 mil Pipas (550 litros cada) de Vinho Generoso-Porto agora anunciado para a presente campanha no Douro e que, no total, passa para 105 mil pipas com direito ao “Benefício”. “O aumento do quantitativo do Benefício, agora fixado pelo chamado “Interprofissional” do IVDP, vem ao encontro das reclamações da Avidouro e dos vitivinicultores mas continua insuficiente para os pequenos e médios vitivinicultores”.
Apesar deste aumento de “Beneficio”, mais uma vez verificamos que houve um corte, comparativamente com 2013, de 0,5 por cento nos coeficientes nas “letras” (classificações) que correspondem às vinhas mais altas (em relação ao leitos dos rios) e que são as “letras” C – D – E – F”, frisou. Recuando no tempo, a Avidouro se por um lado valoriza este aumento, ao mesmo tempo, continua a denunciar que, nos últimos dez anos, foi reduzido em 45 por cento o quantitativo de “Benefício” atribuído à Região Demarcada do Douro, o que no seu entender “se reflete numa perda de poder de compra real dos vitivinicultores em mais de 50 por cento na última década”.