“Sendo que ao nível da parte internacional nós vamos ter alguma quebra comparativamente à parte nacional”, referiu.
Em 2023, a comercialização de vinhos do Douro e do Porto rondou os 615 milhões de euros.
Referiu ainda que se continua a “apostar fortemente” nos mercados estratégicos para a Denominação de Origem Protegida (DOP) Porto, como Portugal, mas França, Reino Unidos, Países Baixos e Estados Unidos da América (EUA), reconhecendo que o norte-americano é um mercado que “preocupa muito este ano”.
Para a DOP Douro os mercados são Portugal, Canadá, Reino Unido, Brasil e Suíça.
Gilberto Igrejas adiantou que o plano de promoção para 2025 contempla cerca de 2,1 milhões de euros e várias ações a concretizar em Portugal e no exterior.
Depois da descativação concretizada pelo ministro da Agricultura, o presidente disse que o instituto já tem acesso às verbas “para uso deste ano”, no entanto realçou que “também é muito importante o reforço das verbas para o IVDP”.
“Através dos saldos de gerência que foram acumulando ao longo destes últimos anos, e portanto, nós estamos a falar de um montante global de cerca de 11 milhões de euros que importará agora aqui ir buscar para fazermos um plano estratégico de promoção e proteção para os vinhos da região”, explicou.
Gilberto Igrejas realçou que “é muito importante a descativação que ocorreu e que vai permitir, já em tempo útil,” concretizar as ações, mas salientou que será também “de toda a relevância, em face da crise que o setor está a viver”, que o IVDP tenha um “plano estratégico de promoção e proteção alongado a três, quatro anos” para que se volte “a posicionar o preço dos vinhos por forma a que a sustentabilidade da cadeia esteja garantida”.
A descativação das verbas e a promoção têm sido medidas insistentemente reclamadas na região.
Nesta audição, o presidente do IVDP falou ainda da última vindima que descreveu como “relativamente abundante”.
“Significa que a oferta, sendo maior, os preços pagos aos agricultores tendem a diminuir e foi exatamente o que aconteceu este ano. Ou seja, nós tivemos uma quebra ao nível dos preços que foram pagos aos agricultores e daí resultarem algumas dificuldades para estes agricultores”, referiu, acrescentando que foram reportados ao instituto 117 hectares de vinha por vindimar
O dirigente foi ainda questionado sobre medidas para o setor dos vinhos, como destilação, vindima em verde e arranque de vinha, e sobre a Casa do Douro, restaurada como associação pública de inscrição obrigatória e com direção e conselho regional já em funções.
Sobre as medidas para o setor considerou que o “arranque de vinha deve ser visto como uma última medida”.
“Nós devemos tentar ver primeiro a gestão de oferta (…) e devemos aumentar claramente os níveis de promoção, valorizando cada vez mais as marcas coletivas, protegendo ainda mais, mas essa deve ser a última medida que nós devemos adotar”, concretizou.
Quanto à Casa do Douro, afirmou que é preciso aguardar para se saber quais vão ser, na realidade, as competências da instituição, lembrando que algumas das competências que lhe foram atribuídas estão sobrepostas com as do IVDP.
O grupo de trabalho criado na Comissão de Agricultura, proposto pelo PS, pretende fazer uma avaliação da atual situação e propor medidas, estando, para o efeito, a ouvir vários intervenientes do setor vitivinícola em Portugal.