Os bares e discotecas vão continuar às escuras. Os proprietários destes espaços sentem-se abandonados pelo Governo e tentam sobreviver com os seus negócios fechados há mais de três meses.
A VTM esteve à conversa com dois empresários da noite transmontana, que não escondem a exaustão por falta de respostas às suas dúvidas e reivindicações.
Jorge Pessoa, proprietário de vários espaços de diversão noturna em Vila Real, confessa que se sente “abandonado”. “Estou a tentar sobreviver, não tem sido fácil, uma vez que já lá vão mais de três meses”.
Com despesas fixas e com parcos apoios, o empresário admite que tem feito muitos esforços para tentar não desanimar, assim como os funcionários e parceiros. “Tem sido um esforço tremendo de todos, a quem tenho de agradecer”, sublinha, adiantando que este tem sido um dos momentos mais complicados da sua vida. “Psicologicamente estou num dos piores períodos da minha vida, porque tenho 29 anos de noite, muitos anos passados no BClub”. Alias, até hoje, “passei mais tempo aqui do que em casa. Conheci milhares de pessoas e fiz parte da juventude desta cidade. Fiz e faço parte da noite transmontana e sinto que não me deixam trabalhar”.
“POUCOS APOIOS”
Alguns empresários recorreram ao lay-off simplificado e também ao programa “Adaptar”, no entanto, estes apoios não são suficientes para enfrentar as dificuldades, como nos referiu Beto Cabral, que tem também várias discotecas e bares na noite transmontana. “Fui dos poucos empresários que conseguiu pedir apoio ao ‘Adaptar’, pois esgotou logo, mas são apenas cinco mil euros. Tenho vários funcionários em lay-off, mas os trabalhadores-estudantes estão sem qualquer apoio, por isso estão a passar mal, porque não conseguem acabar os estudos sem o oxigénio que a noite lhes oferecia”.
Beto Cabral lembra que há linhas de crédito disponíveis, no entanto, “esses empréstimos com juros só levarão à acumulação de dívidas, por isso não é a solução”.
Já Jorge Pessoa lamenta que ninguém os tenha contactado, pelo menos para ver que estão a acompanhar a situação. “Nestes três meses nunca ninguém nos contactou, nunca nos perguntaram nada” afirma, acrescentando que vão acompanhando, com alguma revolta, a situação pela comunicação social, “porque julgamos que os bares já poderiam estar abertos, seguindo as regras que têm sido impostas em outros estabelecimentos”.
SEM RESPOSTAS
Para tentar dar voz à revolta foi criado o movimento “Silêncio da Noite” que junta cerca de 300
Artigo exclusivo PREMIUM
Tenha acesso ilimitado a todos os conteúdos do site e à edição semanal em formato digital.
Se já é PREMIUM,
Aceda à sua conta em Entrar