“É uma atualização socialmente comportável”, garantiu Humberto Cerqueira, presidente da Câmara Municipal de Mondim de Basto, relativamente ao aumento de 10 por cento da fatura da água naquele concelho.
A medida, que entrou em vigor no início deste ano, mereceu críticas da oposição, nomeadamente do vereador do Partido Social-Democrata, Bruno Ferreira, que considera que “o aumento da tarifa não corresponde ao aumento da qualidade do serviço e da água para os consumidores”.
“Recordo as constantes falhas no abastecimento de água que têm decorrido inclusive fora da época de verão, como aconteceu em novembro. Recordo também o relatório ‘Qualidade da água para consumo humano em Portugal – 2013’ em que o concelho de Mondim de Basto se situa na lista dos Concelhos de Portugal continental que apresentam uma qualidade da água abaixo da média nacional”, sublinhou o vereador num comunicado onde lamenta ainda o agravamento tendo em conta as atuais “dificuldades financeiras e económicas” e o facto de o município “ter visto ser aumentada a sua receita de impostos diretos”.
Em resposta às acusações, Humberto Cerqueira explicou que a decisão se deveu a uma “recomendação da Entidade Reguladora dos Serviços Águas e Resíduos”.
Mais, o autarca lembra que Mondim de Basto é o “concelho com a água mais barata do país” e que a atualização das tarifas, um imperativo nacional, tem vindo a ser feita de forma gradual e socialmente comportável para os munícipes, representando, na maior parte dos casos, um aumento de cerca de 50 cêntimos por mês.
De recordar que, o município decidiu não integrar qualquer sistema multimunicipal (como por exemplo da empresa Águas de Trás-os-Montes), o que se, segundo o mesmo responsável político, leva a que seja a autarquia a avançar com os investimentos necessários nas redes de abastecimento e saneamento. “Herdamos um sistema de abastecimento muito arcaico”, sendo necessário investir, por exemplo, na “substituição de depósitos e na instalação de contadores” em freguesias onde a água nunca foi cobrada, sublinhou Humberto Cerqueira.
O autarca referiu ainda que no seu concelho os munícipes suportam apenas 20 por cento dos custos envolvidos no serviço de fornecimento daquele bem essencial, e que o restante é custeado pela Câmara. “Temos que conseguir que se chegue, tendencialmente, a 50/50”.
Sublinhando que o aumento na maioria dos casos representa mensalmente “menos que o preço de um café”, Humberto Cerqueira classifica o comunicado do vereador do PSD como “perfeitamente demagógico”, uma vez que a necessidade de equilibrar as tarifas é uma medida imposta às autarquias.