Há vítimas a lamentar, mas, em compensação, há vidas a celebrar, bebés que nasceram num ano completamente atípico, algo que ficará guardado nos álbuns de recordação. A VTM falou com casais que foram pais em plena pandemia e que relataram as dificuldades que atravessaram naquele que deveria ser o momento mais feliz das suas vidas
“NÃO VIVI A GRAVIDEZ COMO DEVE SER”
Catarina Vilaranda soube que estava grávida em novembro de 2019, longe de pensar o que o futuro tinha reservado para o ano em que realizaria um dos seus maiores sonhos, ser mãe.
Se nos primeiros meses, a gravidez correu de feição, março marcou uma reviravolta no processo que, para esta jovem mãe de primeira viagem, se tornou confuso.
“Foi uma confusão, com o centro de saúde e o hospital a cancelarem as consultas por causa da Covid-19, tanto que só soube que ia ter uma menina quando já estava de seis meses”, revelou Catarina, relatando ter sofrido com o facto de o marido, Luís Salvador, não a ter podido acompanhar nas ecografias. “Via o bebé através de fotos, mas não era a mesma coisa”. Assim tal como aconteceu no dia do parto. Ariana nasceu a 16 de julho, às 21h48, com 47,5 cm e 3,800 kg, no Hospital de Vila Real, mas o pai apenas pôde segurar nela no dia seguinte.
“Foi difícil não viver o dia mais feliz das nossas vidas, juntos. Estive várias horas, até ao parto, a sofrer com as contrações, sozinha. E ele queria lá ter estado, mexeu muito com ele”, disse Catarina.
Ariana tem agora cinco meses, é uma “menina calma”, mas a mãe gostava de ter mais oportunidades para passear com ela, mas a pandemia não permite. “Não é nada bom, saímos só de vez em quando para apanhar ar. Temos que a proteger”, diz, lamentando o facto de não poder permitir que a família possa conviver com a bebé. “É difícil, porque gostava que a minha filha passasse mais tempo com os avós, mas não pode ser. Temos que fazer este sacrifício”.
Catarina confidenciou ainda à VTM que tem uma capa onde está a guardar recortes de jornais com notícias sobre a pandemia para, mais tarde, dizer à filha que nasceu num ano atípico, mas que ela “foi a luz da mãe e do pai, num ano tão mau”.
“ESPEROU QUE EU SAÍSSE DO CONFINAMENTO”
Matheus
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