Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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Fracos argumentos

Um dos pontos em que este governo pecou, ao longo da legislatura, foi o de ter subestimado o povo português. É verdade que se nota, cada vez com maior veemência, a espiral de deriva que José Sócrates encarna, desde que sofreu, surpreendentemente para ele (e não para o seu ministro da cultura) uma pesada derrota nas eleições europeias. Os recuos, através duma dolorosa e eventual postura de humildade, são muitos, e vão desde as obras públicas até à educação. Fortes apostas duma legislatura, portanto.

No entanto, o que para mim tem constituído uma ameaça à inteligência dos portugueses tem a ver com o argumentário utilizado para justificar alguns projectos. Na educação, por exemplo, a máscara da inevitabilidade intransigente das supostas reformas têm sido, agora, completamente desmascaradas cada vez que ouvimos a ministra da educação, claramente em final de carreira política. Ainda bem.

Do mesmo modo, nas obras públicas, os argumentos apresentados são, muitas vezes, hilariantes. Neste sentido, todos nos recordamos do “jamais” ministerial de Mário Lino, a respeito do deserto que, na cabeça dele, representa o sul de Lisboa. É outra personagem em fim de ciclo, como ele próprio, aliás, já se adiantou, afirmando que está velho para ser ministro

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