Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
No menu items!

Freguesia de Salvador exige mais contrapartidas com a Barragem

É mais uma voz que se levanta contra as consequências que os empreendimentos hidroeléctricos do Tâmega vão ter no ambiente e na componente socioeconómica das populações. Joaquim Pinto, presidente da junta de freguesia do Salvador, não está contra as barragens, mas exige medidas compensatórias justas para as populações afectadas pelas futuras albufeiras.

-PUB-

Esta freguesia do concelho de Ribeira de Pena, no vale do Tâmega, será a que terá mais habitações inundadas e maior superfície alagada. Este facto leva o autarca a não se contentar apenas com o pagamento dos terrenos pela Iberdrola. “Temos de exigir mais contrapartidas junto do Governo. Aquilo que era nosso vai ficar inundado por barragens espanholas. As populações deviam ser beneficiadas numa percentagem pela rentabilidade dessa infra-estrutura. A barragem não vai beneficiar as pessoas que coabitam com ela, portanto têm que ser compensadas. A indemnização que dão pelo terreno que fica debaixo de água não chega, deveria ser dada uma indemnização permanente. Quanto aos postos de trabalho, a minha experiência diz- -me o contrário”.

Joaquim Pinto avançou, ao Nosso Jornal, alguns dos lugares que ficarão inundados. “Manscos e Ribeira de Baixo irão ficar submersas, metade de Friúme ficará também debaixo de água, Balteiro, Bacelar e Almas da Ribeira são outras das aldeias afectadas”.

O edil reforçou ainda as consequências no património cultural e turístico, que infelizmente “não sabe nadar” e que ficará “afogado”. “Muitas casas de interesse turístico serão alagadas, bem como o Roteiro Camiliano, a Ilha dos Amores, que Camilo Castelo Branco falava nos seus romances, tudo irá ficar submerso”.

Falando ainda da parte ambiental, nesta área da freguesia “temos três rios selvagens. Quando se fala em Ribeira de Pena, referimos sempre a floresta e os rios selvagens de Louredo, Vidoedo e do Poio, onde a bombagem de água do Tâmega irá afectar a qualidade da água destes rios”.

Outra das preocupações deixadas pelo autarca tem a ver com a ponte rodoviária granítica que atravessa o Tâmega. “É uma das pontes de maior valor patrimonial que temos em Portugal, o arco dela é todo em granito, liga Salvador a Santo de Aleixo, através da EN 312”.

Apesar destas críticas, o presidente da freguesia de Salvador deixou bem claro que “não está contra a barragem”, mas exige mais contrapartidas. “Se a barragem tiver uma exploração economicista e deixar de lado as pessoas, estarei contra e irei fazer tudo para que esta situação não aconteça”, concluiu.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS