Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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Governante pediu desculpa pelo atraso de dois anos

Reivindicada há mais de 25 anos, e dois anos depois de ter sido anunciada publicamente, parece ser desta que a estrada, que liga Mondim de Basto à Nacional 210, vai sair do papel. A responsabilidade financeira da construção do troço de três quilómetros é agora repartida entre o Governo e a EDP, que vai garantir a reposição das pontes sobre os rios Tâmega e Veade, infra-estruturas que vão desaparecer com a construção da Barragem de Fridão.

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“Estamos a honrar um compromisso, apesar de algum atraso. A nossa ambição não foi concretizável no timing previsto. Por isso peço desculpa”. Assumiu Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações, que, no dia 23, homologou o protocolo assinado entre a Câmara Municipal de Mondim de Basto, a Estradas de Portugal (EP) e a EDP, para a construção da ligação entre aquele concelho e a Estrada Nacional (EN) 210, uma obra orçada em 11 milhões de euros e que deverá arrancar no segundo semestre de 2011.

Segundo o governante, “é preciso retomar balanço” no processo de construção da via de três quilómetros de extensão e que é considerada como “imprescindível” para tirar o concelho do seu isolamento viário.

“Em 2008 a obra foi adjudicada, entretanto ocorreu uma situação nova, a construção de um empreendimento hidroeléctrico que tem consequências na rede viária”, lembrou Paulo Campos para explicar a entrada da EDP no processo, isso tendo em conta que será a empresa a suportar a construção das duas pontes, uma sobre o rio Tâmega e outra sobre o ribeiro de Veade, em Celorico de Basto, incluídas assim no lote de reposições previsto na declaração de impacte ambiental para a construção da Barragem de Fridão.

No mesmo dia em que foi assinado o protocolo para a construção da ligação, foram publicadas na imprensa nacional declarações do presidente da Câmara de Celorico de Basto que garante não firmar o acordo enquanto não forem renegociadas as contrapartidas pela criação da barragem. No entanto, Humbeirto Cerqueira, presidente da Câmara Municipal de Mondim, considera que há “alguma confusão”, já que a construção das duas pontes por parte da EDP é “uma reposição”, a qual a empresa é obrigada a proceder, “com ou sem contrapartidas”.

Actualmente, a vila de Mondim de Basto é servida unicamente pela antiga Estrada Nacional (EN) 304, que a liga a Vila Real (IP4) por duas municipais, também centenárias (210 e 304), uma que a liga à sede do distrito atravessando a serra do Alvão e a outra, com cerca de 30 quilómetros de extensão, que a liga ao nó da A7, apesar de esta auto-estrada passar a uns escassos quilómetros da vila.

Com os novos três quilómetros de estrada, “para além de proporcionar uma ligação com melhores condições de segurança e circulação da sede do concelho à rede rodoviária nacional”, irá ainda “reduzir o tempo de percurso em 30 por cento”, explicou Helena Costa, da direcção de projectos da EP, empresa que ficará assim responsável financeiramente pela componente da parte rodoviária e pela exploração e manutenção da via.

António Castro, da EDP, lembrou que a Barragem de Fridão, incluída no Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, é de “extrema importância” para que o país consiga cumprir o compromisso europeu de ter 60 por cento da sua energia eléctrica proveniente de fontes renováveis.

“O aproveitamento hidroeléctrico de Fridão, que representará um investimento de 265 milhões de euros, situa-se no rio Tâmega, afluente da margem direita do rio Douro, a montante do aproveitamento existente do Torrão. A sua barragem principal está no concelho de Celorico de Basto (distrito de Braga) e no concelho de Amarante (distrito do Porto), sendo que a albufeira abrangerá ainda os concelhos de Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena”.

“A barragem vai submergir as duas pontes. Portanto não se trata de uma contrapartida, nós somos obrigados a repor as duas infra-estruturas. Com esta parceria será possível fazê-lo trazendo ainda mais-valias para a região”, garantiu António Castro.

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