A greve dos trabalhadores da FCC Environment responsáveis pela recolha de resíduos em Vila Real, Torre de Moncorvo, Marco de Canaveses e Lousada começou hoje com uma adesão entre os 40% e 100%, segundo fonte sindical.
“Está a correr muito bem. É verdade que com adesões à greve entre os 40, os 50 e os 100%, mas tendo em conta as nossas expectativas, está a correr muito bem”, disse à Lusa o dirigente nacional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), que convocou a greve, Joaquim Sousa.
De acordo com o sindicalista, “em todos os locais de trabalho, em todos os concelhos, os trabalhadores estão em greve”, havendo apenas “diferenças no âmbito da ação de alguns”.
A greve, com duração de três dias (entre hoje e quarta-feira) abrange o trabalho normal e o suplementar.
Joaquim Sousa detalhou que “em Vila Real não saiu nenhum carro de recolha de resíduos, durante o dia, mas saiu durante a noite”. Na capital de distrito, a adesão “varia entre os 70% e os 75%”.
Já em Torre de Moncorvo, a adesão ficou “entre os 40 e os 50%”. “Tendo em conta que alguns destes trabalhadores estão a fazer greve pela primeira vez, para nós está a atingir as expectativas, as que tínhamos estão a ser cumpridas”, disse.
Os trabalhadores da FCC Environment nestes concelhos “exigem melhoria dos salários e das condições laborais”, como “o aumento dos salários e das prestações pecuniárias para todos os trabalhadores em 10%, no mínimo de 100€”, “a atualização do salário mínimo na empresa para 850 euros e do subsídio de refeição para 9 euros/dia”, “a fixação do período de trabalho em 7 horas diárias, 35 horas semanais e 25 dias de férias”, a “atribuição e regulamentação de um Subsídio de Penosidade, Insalubridade e Risco”, a “valorização das carreiras profissionais” e a “regularização das situações de vínculo precário”.
Segundo Joaquim Sousa, no âmbito de uma reunião com a empresa, na sexta-feira, esta não apresentou qualquer resposta às reivindicações do STAL.
Já os trabalhadores em regime de contrato de trabalho temporário cedidos pela empresa Multitrab à Resíduos do Nordeste também iniciaram hoje greve ao trabalho normal e suplementar, com o sindicato a dizer que a paralisação se situa nos 99%.
“A adesão à greve ronda os 99% do total dos trabalhadores da Multitrab, que prestam serviço à empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste, que são meia centena no seu total e que reclamam o fim dos contratos de trabalho precário”, disse Cristina Torres, membro da direção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL)
A greve teve início às 00:00 deste hoje e termina às 23:59 de sábado.
Esta jornada de luta tem como objetivo reivindicar a sua admissão nos quadros da Resíduos do Nordeste, “por forma a garantir a manutenção dos seus postos de trabalho após o fim da concessão, que termina no próximo dia 31 dezembro”, disse.
“O aumento geral dos salários e de todas as prestações pecuniárias para todos os trabalhadores em 10%, no mínimo de 100 euros, para repor o poder de compra perdido nos últimos anos e a atualização da retribuição base mensal mínima na empresa para 850 euros mensais e o pagamento do subsídio de refeição para o valor de nove euros por dia”, são outras reivindicações.
De acordo com Cristina Torres, “os trabalhadores estão unidos e vão manter a greve à recolha de lixo até sábado, até porque estão a exercer funções que são dos municípios e mantêm-se em condições de trabalho precárias”.
“Há trabalhadores que estão há mais de 20 anos com contratos precários. Agora, é necessário que os municípios que integram a Resíduos no Nordeste se organizem para que os trabalhadores passem para os quadros da empresa intermunicipal e acabar com precariedade laboral”, frisou a sindicalista.
A empresa Resíduos do Nordeste tem sede Mirandela e engloba os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vimioso e Vinhais, no distrito de Bragança e Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.