“Não estava nada à espera deste resultado. Não fizemos alteração nenhuma da meia-final para a final e acabei por ter sorte. Mas foi um bom fim de semana”, apontou Niclas Grönholm (Hyundai i20) na conferência de imprensa após a final.
Grönholm venceu hoje a corrida final da etapa portuguesa do Mundial de ralicrosse, em Montalegre, à frente do líder do campeonato, o sueco Timmy Hansen (Peugeot 208), que, no entanto, aumentou a vantagem na classificação geral.
Na sua estreia a vencer no Circuito Internacional de Montalegre, no distrito de Vila Real, o finlandês confessou que se apercebeu da luta entre Timmy Hansen e Johan Kristoffersson (Audi S1), segundo da geral, e que poderia intrometer-se na luta pela vitória.
“Fiquei surpreendido quando saí à frente deles [após a ‘joker lap’]”, confessou.
Apesar do fim de semana difícil, Grönholm elogiou o circuito transmontano e a sua “zona de gravilha espetacular com os carros atuais”.
Ainda matematicamente na luta pelo título, Grönholm destacou não ter “expectativas”, mas garantiu que dará “o melhor até ao final”.
O segundo classificado da final saiu mais líder do Mundial e, apesar de voltar a não vencer em Montalegre, Timmy Hansen assinalou o “fim de semana fantástico”.
“A qualificação foi muito boa, a meia-final e até a final foi uma grande corrida. O contacto é algo que gostamos e é por isso que corremos em ralicrosse”, sublinhou.
O três vezes campeão mundial e detentor do troféu Kristoffersson lançou um ataque forte à liderança da corrida de Timmy Hansen e na penúltima volta os dois tocaram-se na secção de terra batida, com o líder do Mundial a manter posição, mas os dois perderam para Grönholm no final.
“Não é fácil manter-nos na frente e sentir a pressão curva atrás de curva. Fiz tudo o que podia, mas não foi suficiente, isto foi uma verdadeira corrida de ralicrosse”, salientou.
Mais líder à partida para a derradeira jornada dupla que vai encerrar o Mundial, em Nürburgring, na Alemanha (27 e 28 de novembro), Timmy Hansen, campeão em 2019, confessou que a pressão torna as corridas “agradáveis”.
“Tive até uma conversa na Arábia Saudita com Nico Rosberg [campeão do mundo de Fórmula 1 em 2016] sobre como ele ganhou o campeonato e aguentou a pressão”, revelou.
Já o irmão e companheiro de equipa Kevin Hansen aponta Timmy como o favorito ao título Mundial, apesar de também ainda estar na luta.
“Acredito que o Timmy vai vencer o campeonato. Ele está a andar bem e não desejo que lhe aconteça algo, tal como não desejo a qualquer um. Espero que todos se divirtam e lutem duro entre todos”, analisou.
Sobre a corrida em Montalegre, Kevin Hansen considerou esta “divertida e maluca” e sobre o toque com Kristoffersson, que deu uma penalização de cinco segundos e o último lugar ao compatriota, defendeu que este “exagerou” apesar de “ser difícil definir o limite”.
Com 60 pontos em discussão na jornada dupla, cinco pilotos ainda podem matematicamente chegar ao título: Timmy Hansen (178), Johan Kristoffersson (161), Kevin Hansen (159), Niclas Grönholm (149) e Krisztián Szabó (127).
Também presente na conferência de imprensa, o agora campeão da categoria Euro RX3, anteriormente conhecida como Super1600, o suíço Yury Belevskiy (Audi A1) manifestou-se satisfeito por superar a pressão e apreciar a condução.
“Fiquei muito contente com a vitória, por suportar a pressão na qualificação. Após ter o campeonato garantido senti como é bom guiar neste bonito circuito, com um carro fantástico, sem qualquer pressão e foi mesmo agradável”, vincou.