António Martins nasceu no dia 25 de fevereiro de 1893 na freguesia do Salvador, no concelho de Ribeira de Pena pelas duas da manhã. Ainda novo, tornou-se criado de serviço na Casa do Poço, localidade de Telões, em Vila Pouca de Aguiar.
António Martins era analfabeto e, ainda solteiro, foi recrutado a 14 de maio de 1914, tendo sido no mesmo dia incorporado como soldado n.º 197 da segundo Companhia do primeiro batalhão do Regimento da Infantaria n.º 19 em Chaves. A 28 de agosto de 1914 estava pronto para ser instruído após conclusão da recruta militar. A 24 de janeiro de 1915 passou ao terceiro batalhão. A 3 de fevereiro de 1915 embarcou para a Angola e desembarcou, em Moçâmedes, a 23 do mesmo mês. Contudo, voltou à metrópole (Lisboa) em 11 de março de 1916. Desembarcou em Lisboa em 28 de março do mesmo ano. Deste modo, termina a sua primeira participação na Primeira Guerra Mundial combatendo nas designadas Campanhas Africanas.
António Martins casou em Telões, Vila Pouca de Aguiar, com Miquelina de Aguiar e voltou a integrar o primeiro Batalhão do Regimento de Infantaria n.º 19 e como soldado nº 561 da 2ª Companhia, em março de 1917.
A 23 de março parte de Lisboa em direção à França para fazer parte do segunda Divisão Portuguesa (D.I.) do Corpo Expedicionário Português (CEP), que foi a principal força militar portuguesa que participou na frente europeia da Primeira Guerra Mundial. Desembarcou em Lisboa dia 20 de março de 1919. Assim terminou a segunda participação na Grande Guerra o que torna a vida militar deste soldado ainda mais interessante.
Recebeu medalhas como, por exemplo, a Medalha Militar de Cobre comemorativa das operações militares ao Sul de Angola nos anos 1914-1915, e a Medalha de Cobre comemorativa das operações militares a França nos anos 1917-1918. Ambas atribuídas por Decretos Governamentais.
GUERRA
A guerra é onde não há paz,
Onde inocentes perdem a vida,
Onde um homem deixa de ser rapaz,
E então a existência dos soldados é esquecida.
A guerra deixa marcas no coração,
Deixa memórias na mente,
Deixa vazia a multidão,
Deixa olhos fechados para sempre,
Deixa incompleta uma missão,
E então é impossível seguir em frente.
A guerra faz perder a esperança,
Faz perder o sentido de amar,
Faz perder a confiança,
E então desistimos de esperar.
É na guerra que o sangue aparece
Que as cicatrizes abrem,
Que a luz desvanece,
E então admiramos a coragem.
Mas porque é que tem de ser assim?
Porque é que mandam soldados para os matar?
Porque é que os mandam para o seu fim?
Porque é que lutamos mas morremos a tentar?
Conteúdo produzido pelo Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar