Com a curadoria do Museu do Douro, a exposição pretende dar a conhecer a relação de cada oleiro com a arte do barro negro, em que foram recolhidas as histórias de vida de várias famílias da aldeia, que sempre tiveram uma ligação forte à arte e foram ainda selecionadas peças que estão agora expostas.
Visivelmente satisfeito com o resultado final, Fernando Seara, diretor do Museu do Douro, realçou que “as mãos dos oleiros de Bisalhães são o testemunho vivo da transformação alquímica dos elementos presentes no barro preto. Mãos rudes que carinhosamente moldam a argila, lhes dão características únicas e originais”.
Deixou ainda o desafio à autarquia de Vila Real para levar a exposição para o Museu do Douro, que recebe “muitos visitantes” durante todo o ano.
Mara Minhava, vereadora da Cultura da Câmara de Vila Real, aceitou o desafio e agradeceu a presença de todos, em especial aos oleiros, que fizeram questão de marcar presença no evento.
“Apesar de ser uma arte ancestral, a olaria de Bisalhães continua bem viva na memória dos vila-realenses, que recordam a Feira dos Pucarinhos, no S. Pedro, que juntava milhares de pessoas na cidade”, destacou a vereadora, admitindo que os tempos são outros, por isso é preciso continuar a trabalhar para perpetuar esta arte. No entanto, sublinha que “só há dois caminhos, a formação e a sensibilização da comunidade escolar, atividades que estão a ser desenvolvidas pela autarquia, em conjunto com a Junta de Freguesia de Mondrões e as escolas”.
Para além da divulgação que tem sido feita além-fronteiras, na calha está ainda a criação de um Centro Interpretativo em Bisalhães, que a junta pretende concretizar.
Ao longo da exposição, estão identificados os seis os oleiros com atividade documentada e que, conjuntamente com as suas famílias, participaram neste projeto. São eles: Albano Carvalho (88 anos), Cesário Martins (85 anos) e o irmão, Manuel Martins (89 anos), Querubim da Rocha (80 anos), Jorge Ramalho (53 anos) e Miguel Fontes (42 anos).
Apesar da hora tardia, os oleiros mostraram-se “felizes” ao ver a exposição, revelou à VTM o oleiro Cesário Martins. “Está tudo muito bonito. Gostei também da música”, que ficou a cargo da Tuna de Bisalhães.
Foi ainda inaugurada a exposição “Traz, Zás, Taz! – vamos ver como o oleiro faz”, que reúne trabalhos de crianças do concelho.