Sexta-feira, 29 de Março de 2024
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Investigadores da UTAD integram projeto para preservar burro de Miranda

A Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) está a desenvolver, em colaboração com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), uma técnica de inseminação artificial com vista a padronizar o Burro de Miranda.

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“Temos procurado junto das instituições científicas, como as universidades, padronizar e criar um manual científico, que nos permita dar resposta aos criadores dos Burros de Miranda, espalhados por todo o país, quando necessitam iniciar o processo reprodução do seu efetivo, mas não possuem um animal reprodutor da raça”, explicou à Lusa o secretário técnico da AEPGA, Miguel Nóvoa.

Ao longo dos últimos anos têm sido feitos estudos na Universidade do Porto (UP), e na UTAD, através dos seus hospitais veterinários, no sentido de se conseguir a uniformização de sémen congelado para a inseminação das fêmeas desta raça autóctone.

O estudo, “pioneiro em Portugal”, juntou investigadores da AEPGA, da UTAD e o Centro de Reprodução Animal de Vairão (CRAV), contando com apoio da Direção-Geral da Agricultura e Veterinária (DGAV) e decorreu nas instalações do Hospital de Veterinária da UTAD durante os meses de junho e julho de 2019, tendo como responsáveis Ana Celeste Martins-Bessa e Miguel Quaresma, médicos veterinários do hospital,  no qual participaram também dez estudantes do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária.

“Durante o estudo científico foi feita a aplicação de inseminação artificial em 12 fêmeas com sémen refrigerado proveniente de seis garanhões do Burro de Miranda”, indicaram os técnicos envolvidos, das quais resultaram oito gestações, correspondendo a uma “taxa de sucesso de 66% à primeira tentativa”, resultados considerados “muito encorajadores” para a aplicação desta técnica, realçou Miguel Quaresma.

A refrigeração de sémen de asininos e a posterior aplicação em Burras de Miranda permitirá que “fêmeas em zonas remotas, longe de burros machos em atividade reprodutiva, possam ser inseminadas e ficar prenhas, ajudando, assim, a preservar a raça”, acrescenta.

O Burro de Miranda é uma raça que ainda “está em risco de extinção”, já que apenas existem cerca de 700 fêmeas, número inferior ao recomendado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para a preservação de uma raça, que é composta por um efetivo de mil animais.

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