Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2025
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Leão da Torre na equipa que alcançou a primeira subida à divisão principal

Foi um período de ouro na história do GD Chaves. Nos anos 80, a equipa flaviense subiu, pela primeira vez, ao escalão mais alto do futebol português, classificou-se no quinto lugar e foi às competições europeias.

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Tudo em três épocas. No plantel estava Diamantino Braz, apelidado de Leão da Torre. O epíteto veio-lhe da forma aguerrida como jogava, daí leão, e da terra natal: Torre de Ervededo, no concelho de Chaves.

Foi uma das figuras marcantes do clube nesta página de sucesso. Depois de ter começado a jogar nos juniores do Chaves, voltou ao clube em 1984/85, a temporada da primeira subida à I divisão. “Foi uma época espetacular e correu muito bem” àquela “equipa do outro mundo”. “O plantel não era bom, era espetacular. Davam tudo pelo clube”.
O treinador que garantiu a subida foi Raúl Águas, também jogador na altura. Ainda que, durante a maior parte da época, o comando técnico tenha sido assumido por Álvaro Carolino, que saiu a poucos jogos do fim da temporada.

“Subimos na Madeira, frente ao União, eu não fui, porque estava lesionado. Muita gente não acreditava, mas fomos lá vencer”, recorda. Ouviu o relato em casa, num jogo renhido, e quando a vitória ficou garantida foi até à cidade celebrar. “Foi uma alegria imensa, por dois dias ou três foi praticamente feriado na cidade, toda a gente eufórica. Foi uma loucura na cidade”, garante.

Na época seguinte, como capitão, os jogos em casa eram com “estádio cheio, lotado”. “Houve jogos aqui em Chaves com 18 mil adeptos”, e muitos a assistir “pendurados na rede” que estava junto ao relvado, a ver do cimo do Forte de São Neutel ou em postes de iluminação. A equipa acabou bem classificada e foi considerada a “equipa sensação” do campeonato.

Na época 86/87, o emblema azul-grená ficou em quinto lugar na primeira divisão, o que o levou às competições europeias. “Passamos uma eliminatória e caímos na outra”, recorda. Esse jogo, na Hungria, deixou especialmente marcas em Diamantino, que partiu uma perna e esteve sete meses em recuperação. Olhando para trás, diz que este é um “tempo que não volta, uma altura espetacular, com uma equipa digna, de jogadores que representaram a região como mais ninguém o fez”.

O Desportivo conseguiu uma rápida ascensão e granjeou consideração junto dos adversários. “Íamos a qualquer campo, na Luz, Antas ou Alvalade, e era um respeito pelo Chaves que não há memória”. O bom momento foi duradouro e Leão da Torre recorda que, no seu caso: “nunca baixei de divisão como jogador”.

Neste percurso louva “quem estava à frente, e os treinadores, que montaram equipas espetaculares”. O futebol era diferente, admite. “Não havia as condições que há hoje, mas havia entrega e gosto em jogar futebol, dava gosto estar na equipa”, referiu.

Depois de abandonar os relvados, abraçou a carreira de treinador. E tal como tinha acontecido como jogador, a maioria dos anos como mister foram no Chaves, quer como adjunto da equipa principal, mas também a orientar a formação e as camadas jovens, tendo-se sagrado campeão com os sub-19.

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