Dois meses depois de aberta ao público, a Biblioteca Municipal de Vila Real continua à espera dos cartões que permitam que os leitores possam ler os livros no conforto do lar. Uma situação incómoda, à qual se junta o facto de o edifício, por questões técnicas, não ter ainda em funcionamento o sistema de aquecimento. Apesar das duas problemáticas que deverão estar resolvidas “em breve”, a Biblioteca já recebeu a visita de cerca de 4000 vila-realenses.
Apesar de já ter sido inaugurada no dia 27 de Outubro, a Biblioteca Municipal Dr. Júlio Teixeira ainda não tem à disposição dos leitores vila-realenses os cartões que permitem a requisição de livros. Um problema que, segundo Hermínio Gonçalves, Director da Biblioteca, deverá estar resolvido, até ao final deste mês.
O mesmo responsável explicou que houve uma pequena correcção a fazer no “lay-out” dos cartões e que, “dentro de, aproximadamente, 15 dias”, estes estarão já à disposição dos leitores.
“São cartões idênticos aos do multibanco e o sistema utilizado é o de código de barras”, adiantou Hermínio Gonçalves, explicando que este sistema foi escolhido em detrimento da banda magnética, pela sua qualidade e durabilidade.
Outra característica do cartão é o facto de não ter a fotografia do utilizador, uma opção que, segundo o Director da Biblioteca, em qualquer altura, poderá ser introduzida, caso se conclua necessária.
Adriana Monteiro, trabalhadora-estudante, de 20 anos, é uma das vila-realenses que, apesar de já se ter deslocado à Biblioteca, ainda não faz parte da lista de utentes, isso porque, como explicou, o seu horário apenas lhe permite a leitura à noite, um hábito que ganhou, desde bastante nova.
“As prateleiras ainda estão um pouco vazias e é estranho um edifício tão novo não ter um sistema de aquecimento apropriado a funcionar”, lamentou, ainda, a mesma estudante.
Relativamente ao aquecimento da Biblioteca que, de forma provisória, está a ser garantido com recurso a aquecedores eléctricos, o seu Director justifica a falta com “alguns contratempos técnicos com o equipamento” que, apesar de já se encontrar instalado, se mostrou incapaz de funcionar, com temperaturas muito baixas.
Hermínio Gonçalves referiu, ainda, que, devido a uma descarga de energia que atingiu a rede eléctrica da Biblioteca, também o “software” que controla o aquecimento se encontra avariado.
“O pico de energia afectou também a central telefónica, pelo que estivemos cerca de quatro semanas sem o poder utilizar”, recordou o mesmo responsável, referindo que a rede telefónica da Biblioteca só voltou a funcionar, em pleno, no dia 3.
Desde a década de 80 à frente da Biblioteca, Hermínio Gonçalves afirma que conhece as necessidades dos vila-realenses: “Sei o que a população precisa e merece e nunca abdicarei de dar o melhor, em qualidade e quantidade, à Biblioteca de Vila Real”, concluiu.
Localizada na Rua Madame Brouillard, junto à Rotunda da Universidade, a Biblioteca Dr. Júlio Teixeira começou a ser idealizada, em 1998, mas as obras de construção arrancaram, apenas, em 2003, contemplando um investimento de mais de três milhões de euros, financiados, em 75 por cento, por fundos comunitários.
Desde a sua inauguração, a Biblioteca de Vila Real já recebeu cerca de 4000 visitantes, contando com centenas de inscrições.
Maria Meireles